Parte da bancada do prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), pressionou e conseguiu adiar votação do projeto de lei que autoriza criação da Companhia de Água de Diadema, fruto da fusão da Saned com a Sabesp. O texto, que iria inicialmente a plenário nesta semana, poderia ser rejeitado caso entrasse na ordem do dia na quinta-feira. Por conta disso, só será incluído nos trabalhos legislativos no dia 14, última sessão do semestre.
Durante audiência pública, a bancada do PSB e as vereadoras Cida Ferreira (PMDB) e Irene dos Santos (PT), além dos três parlamentares do PSDB, criticaram a falta de publicidade sobre a propositura. Eles questionaram a ausência de representantes da sociedade civil no processo de criação da CAD e a falta de clareza sobre a matéria.
Para ser referendado pelo Legislativo, o projeto teria de receber 11 votos. Sem os apoios de Cida, Irene, Wagner Feitoza, o Vaguinho (PSB), e Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB), além dos oposicionistas José Dourado (PSDB), Lauro Michels (PSDB) e Márcio Giudicio, o Márcio da Farmácia (PSDB), o texto contaria com adesão de dez parlamentares. Se rejeitado, o item só poderia retornar à Casa no ano que vem.
"Me sinto desconfortável com esse andamento, porque vi o processo conturbado que foi a criação da Saned e agora vejo todos os problemas para a extinção dela. Naquela ocasião, em 1994, houve mais participação popular. Agora vejo que quase não há isso", criticou Cida. "Poderíamos fazer audiências públicas nos bairros de Diadema, para o povo saber do que se trata", propôs Irene.
O presidente da Câmara, Laércio Soares (PCdoB), disse que a Casa aguarda cópia do parecer da Procuradoria Geral do Estado autorizando a fusão da Saned com a Sabesp. "Precisamos desse documento para saber se não há nenhum impedimento legal. A explicação que deram na primeira vez foi artificial, e a Câmara está no direito de cobrar".
A pressa do governo em votar o projeto é devido à execução fiscal feita pela Sabesp. A autarquia estadual venceu na Justiça processo contra a Saned, que decidiu romper unilateralmente contrato vigente. A Sabesp, porém, garantiu que não dará andamento aos sequestros de receita durante o trâmite da fusão.
GARANTIA
Reali afirmou também que a atual diretora-presidente da Saned, Neuceli Bonafé, continuará à frente da CAD. "Ela está fazendo bom trabalho. Não tem motivos para tirá-la", pontuou. Neuceli integra grupo do prefeito no PT e assumiu o comando da Saned em setembro de 2007.
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