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Utensílios antigos marcam aniversário de paróquia
Camila Brunelli
21/02/2011 | 07:25
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"Sempre foi meu sonho ter um carro desse", disse o comerciante Edson Sarno, 54 anos, dono do Ford Roadster 1931 estacionado na porta da Igreja Matriz de Santo André, ontem. "Acho que é doença, só pode ser: dá um baita trabalho e nenhum dinheiro."

Essa é a sina dos apaixonados por utensílios antigos: muito trabalho e pouco reconhecimento. Se vendidos, muitos valeriam um bom dinheiro, mas é difícil quem queira colocar preço nas relíquias. É o caso de Edson Sarno, que teve o carro avaliado em R$ 100 mil. Fora o Ford Roadster, ele tem mais dois carros antigos que guarda em casa e resiste em vender.

A aposentada Lucia Crucharki Durant, 76, nem era nascida quando sua mãe comprou a máquina de moer carne que ela exibia com orgulho na exposição de objetos antigos em comemoração ao centenário da Matriz de Santo André. "Tudo que o liquidificador faz hoje, naquele tempo era essa máquina que fazia", contou. "Eu mesma moía carne e amendoim aqui."

Dentre os utensílios expostos havia também uma lambreta 1940 e uma máquina fotográfica das primeiras décadas do século XX. Em forma de caixote, as câmeras eram externamente revestidas com couro cru, madeira ou metal e eram conhecidas como lambe-lambe, porque a revelação das retratos tinha melhor resultado em contato com com o cloreto de sódio presente na saliva.

O cirurgião dentista Marcos Pinchiari levou alguns objetos do seu bisavô, como um moinho de café e uma máquina de escrever de 1920. "Só encosto nela para carregar", contou. "É que o windows dela não está muito legal", brincou o dentista.

Frequentador da Matriz desde o dia do seu batizado, há pouco mais de 33 anos, Pinchiari está escrevendo um livro sobre os 100 anos da Igreja, com apoio da Lei Rouanet. "Agora estamos atrás de patrocínio."




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