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S.Bernardo é condenada a indenizar guardas
Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
24/04/2007 | 07:19
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A Prefeitura de São Bernardo foi condenada em primeira instância a pagar mais de R$ 50 mil de indenização por danos morais a dois guardas metropolitanos. Eles sofreram punições após darem entrevistas ao Diário, em agosto e novembro do ano passado. A administração tem direito a recorrer.

Jusselino Messias Filho, 34 anos, está afastado da Guarda por problemas de saúde desde dezembro de 2006. Se a decisão for mantida, ele vai receber R$ 35 mil por danos morais, mais 24 dias de trabalho referentes a três punições aplicadas porque denunciou ao Diário a perseguição do coronel Antônio Branco a alguns guardas. “Fui mandado para a base do Parque Santo Antônio, que é utilizada como castigo para os guardas.”

Messias conta que seus problemas começaram quando se envolveu com o sindicato dos guardas. Ele foi demitido em agosto de 2005 e conseguiu o direito de ser reintegrado ao trabalho em fevereiro de 2006, por meio de ação na Justiça. “Depois disso, tive que trabalhar em turno da noite, numa base que nem luz tinha”, conta.

Outro guarda beneficiado com a decisão é Giovani Chagas, 27 anos, que trabalha na GCM desde 2001. “Nunca tive uma punição. Quando participei da eleição do sindicato, em 2005, foi uma atrás da outra.” Chagas também foi transferido para a base do Parque Santo Antônio. Ele está afastado por ordem médica desde janeiro último.

De acordo com a sentença de ontem, Chagas deve receber R$ 10 mil por danos morais, além de bonificações cortadas pelas punições, que ele prefere chamar de perseguições. “Acredito que serei demitido, mas estou feliz com a decisão da Justiça. Pena que esse dinheiro vai sair dos impostos que os cidadãos pagam, e não do comando da Guarda”, disse.

Segundo os guardas, a base do Parque Santo Antônio era utilizada como punição para os que se envolviam com política ou criticavam o comando. No local, não havia luz e os guardas eram obrigados a trabalhar sem armas ou coletes à prova de balas. Não havia geladeira ou fogão para esquentar a comida, e eles improvisavam blocos de concreto como fogareiro.

Segundo a Prefeitura, o coronel Antônio Branco estava em reunião ontem e não poderia comentar a decisão da Justiça.



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