A liberação de verbas para as construtoras cresce em ritmo acelerado. Somente no ano passado, o volume de unidades em construção financiadas no país registrou aumento de 38% em relação a 2004 – de 24.921 para 34.407. De acordo com os bancos, o incremento se deve à maior demanda por parte das construtoras.
Para o superintendente de Crédito Imobiliário do Banco Real, Hus Morgan, os dados mostram que o setor da construção civil está bem assistido. “Tendo financiamento para suas obras, as empresas podem fazer o mercado girar e lançar novos empreendimentos”, avalia. Segundo o executivo, do total destinado pelas instituições financeiras para o setor no ano passado, menos de 1% se deve a empréstimos para pessoas físicas.
A diretora do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Rosana Carnevalli, confirma que a liberação está mais fácil. “O mercado está agitado. A Caixa, principal financiadora, está oferecendo novos produtos e colocou à disposição das construtoras um gerente de Mercado exclusivo. Isso contribui muito e incentiva a busca por crédito.” Para ela, o principal motivo para a maior procura por parte das empresas foi o boom de oferta por parte dos bancos.
Rosana destaca que a ampliação dos financiamentos para a construção é fundamental para o ramo. “Somos um setor que depende do crédito. Se não precisarmos desviar dinheiro para financiamento próprio, podemos investir em produção. Cada um tem de fazer o seu papel; o do banco é financiar e o da construtora é produzir.”
Em relação à burocracia, a diretora do Sinduscon-SP avalia que os bancos têm muito a melhorar. “As coisas estão bem melhores do que há alguns anos, mas ainda falta muito para que as construtoras obtenham os recursos com maior agilidade.”
Morgan, do Banco Real, avalia que as instituições financeiras estão cumprindo seu papel, ao contrário dos cartórios, os quais, segundo ele, são os principais culpados pela burocracia na concessão do crédito. “Esse é um problema inquestionável. Os cartórios demoram para aprovar a documentação essencial à liberação das verbas. Com isso, o mercado imobiliário perde. A demora não é comum em países mais desenvolvidos”, observa.
Financiamento direto – A expansão da liberação de recursos para pessoas físicas também contribui para o desenvolvimento das construtoras. Isso porque, de acordo com entidades e especialistas do ramo imobiliário e da construção civil, muitas empresas utilizavam a estratégia do financiamento direto – criada há cerca de 20 anos – para dar uma opção ao cliente, uma vez que as instituições bancárias não destinavam tanto dinheiro para habitação. Agora, as empresas podem vender empreendimentos em parceria com os bancos ou optar pela securitização.
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