Sobe de 20 para 27 o número de candidaturas
da mesma sigla; crise da coalizão explica alta
Mais da metade dos candidatos aos Paços do Grande ABC sairá com chapa pura. Para a eleição de outubro, 27 das 50 candidaturas terão nomes para prefeito e vice do mesmo partido. O número é maior do que o registrado no pleito de 2012, quando apenas 20 duplas dentre as 37 totais não fizeram coligações para chapa majoritária.
Diferentemente de outros anos, projetos competitivos resolveram concorrer com chapa pura, casos de Raimundo Salles (PPS-Santo André), José Auricchio Júnior (PSDB-São Caetano), Lauro Michels (PV-Diadema)..
Para especialistas, os motivos para o aumento de alianças puras divergem entre falência das coligações e simples estratégia eleitoral. União entre partidos que teoricamente defendiam agendas diferentes intensificou com a política de coalizão adotada nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando o petismo iniciou sua aliança com o PMDB. União essa que rompeu no início do ano, com o apoio dado pelos peemedebistas ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
“Isso é reflexo da falência das alianças sem sentido que durante muito tempo aconteciam principalmente na região. O Grande ABC sempre foi, desde os anos 1980, um laboratório político. Ao longo de uma década e meia isso foi modificando para as alianças – o PT começou a se coligar com vários partidos – e nesse exato momento (de crises política e econômica) o PT passa a ser fardo muito pesado nas coligações”, analisou o cientista político da FGV (Fundação Getulio Vargas) Paulo Barsotti.
Por outro lado, a cientista política Jacqueline Quaresemin, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, acredita que as coligações sejam questão de estratégia para as eleições. “Há gama de pequenos partidos que só fazem barganhas em pleitos ou dentro do Legislativo. Não tem um compromisso de fortalecer a democracia e quase inexiste relação com filiados, eleitores.”
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