Após visita de fiscais da Eletropaulo à rua Loreto, no Jardim Santo André, a empresa decidiu que cada comerciante do bairro tem de pagar valores que chegam até a R$ 20 mil. As equipes da Eletropaulo verificaram a quantidade de pontos de luz, os eletrodomésticos e as tomadas para chegar à "média de consumo" e cobrar a utilização de energia nos últimos cinco anos. A intenção é regularizar o fornecimento de energia em estabelecimentos comerciais nesse bairro de Santo André. Mas os comerciantes questionam os critérios da empresa e afirmam que não têm condições de quitar as dívidas.

"Gostaria de saber que cálculo louco é esse que estão fazendo. Não tenho como pagar", reclama o comerciante Oséias Souza Caires, 35 anos. A assessoria de imprensa da Eletropaulo informa que a empresa faz a análise de carga instalada (quantidade de eletrodomésticos) baseada na resolução 456, editada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

De acordo com a concessionária, a fiscalização se deu porque nenhum dos estabelecimentos da região teria medidor de consumo. Em áreas carentes, como é o caso do Jardim Santo André, os moradores estão cadastrados pela taxa mínima (o morador paga R$ 16 mensais, independentemente da quantidade de energia utilizada). Mas a assessoria explica que esta regra só é válida para casas, já que comércios consomem mais energia.

O comerciante Cléber Moreira de Campos, 28 anos, disse que tem uma dívida de R$ 20 mil com a Eletropaulo. "Não vou pagar porque tenho o açougue há apenas um ano e eles calcularam 60 meses". A assessoria de imprensa da Eletropaulo explica que a empresa vai negociar as dívidas de quem apresentar documentos que provem o tempo de funcionamento do comércio. Além disso, a concessionária garante que está aberta para negociar com qualquer pessoa que não tiver condições de quitar imediatamente a dívida. Ainda segundo a assessoria, após as negociações, serão instalados medidores em todos os estabelecimentos comerciais, para que o consumidor passe a pagar normalmente pela energia utilizada.