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Ronaldinho está atrás do prestígio perdido
Do Diário do Grande ABC
26/02/2000 | 12:54
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Jogador de futebol mais valorizado do mundo, Ronaldinho vê aos 23 anos a carreira chegar a um momento de impasse. Famoso e milionário (ganha US$ 12 milhoes por ano), duas vezes o número 1 na profissao, desde a Copa do Mundo de 1998 na França, no entanto, nao consegue jogar o futebol que o consagrou. Na memória do torcedor, corre o risco de se transformar apenas numa referência, uma lembrança recente.

Ronaldinho tem consciência de que seu talento está sendo contraposto. "Meu prestígio realmente caiu depois da Copa da França e sei que já começam a duvidar do meu futebol. Mas isso é bom. Vai me motivar ainda mais para mostrar que as pessoas que pensam assim estao erradas", disse.

Ronaldinho diz que nao basta voltar a fazer gols e a brilhar com a camisa do Internazionale. Ele tem como idéia fixa o fato de que somente sendo campeao do mundo com a Seleçao Brasileira é que vai ficar quite com o torcedor brasileiro.

"Nao perdi a Copa sozinho. Mas aquele episódio no dia do jogo da final contra a França ficou muito forte na lembrança do torcedor. Nao tem jeito. Vou ter de ser campeao do mundo."

Flamengo - Outra dívida, essa pessoal, é ser campeao italiano pelo Internazionale. Assim considerará cumprido o compromisso moral com o clube italiano, com quem tem contrato até 2006, e poderá entao se ver livre para realizar um projeto de infância: jogar no Maracana vestindo a camisa rubro-negra.

"Vir para o Flamengo nao é uma coisa irreal como muita gente está pensando. Irreal seria isso acontecer agora. Mas daqui a dois anos, com a parceria da ISL, será bem possível", planeja.

O Flamengo faz mesmo os olhos de Ronaldinho brilharem. Coisa de garoto, de quem alimentou o sonho nos dias em que freqüentava a arquibancada do Maracana. Para tanto, com o suporte financeiro da ISL, a empresa parceira do Flamengo, ele nao hesitaria em trocar o bem estruturado e rentável futebol italiano pelo ainda desorganizado futebol brasileiro.

A observaçao como reagiria ao entrar em campos como o do Itaperuna e do Friburguense, ele reagiu de maneira favorável e bem-humorada. "Pelo Sao Cristóvao já joguei em campos muito piores", disse o atacante.

Há uma semana em Teresópolis, satisfeito com os resultados da preparaçao para voltar aos gramados e aliviado por nao sentir mais dor no joelho, Ronaldinho vive um momento de muita felicidade, o que a chegada de Ronald, o filho que vai nascer daqui a 55 dias (22 de abril), só faz aumentar. O primeiro presente comprado para o rebento? Uma camisa e um boné do Flamengo. "A Milene também comprou uma camisa do Corinthians, que é o time dela", disse, diplomático.




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