Política Titulo Homem-forte
Candidato a vereador dá ordens na Prefeitura de Ribeirão Pires

Koiti Takaki, ex-secretário de Assuntos Estratégicos, determina pagamentos a fornecedores e segue com expediente

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
17/08/2016 | 07:00
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Fora da Prefeitura de Ribeirão Pires desde abril para cuidar de sua campanha a vereador, o ex-secretário Koiti Takaki (PTdoB) continua como homem-forte do governo. Ele, inclusive, é quem negocia com fornecedores e autoriza pagamentos a empresas que prestam serviços à administração municipal.

Servidores da Secretaria de Finanças confirmaram que Koiti segue com atribuições dentro da gestão de Saulo Benevides (PMDB) embora não seja mais funcionário há quatro meses.

Ontem, a equipe do Diário telefonou para a Prefeitura e, dizendo ser parente de fornecedores do Paço, perguntou aos funcionários do setor quem poderia auxiliar sobre atraso no pagamento de serviços prestados. “Você pode entrar em contato com o prefeito (Saulo), com o (Valmir) Copina ou com o Koiti sobre isso. O Koiti, inclusive, costuma ajudar. Ele está sempre aqui (na Prefeitura)”, afirmou um servidor. Copina continua na gestão, como secretário de Governo.

Empresas credoras da administração ratificaram a informação de que é Koiti quem cuida desse tipo de negociação. O ex-secretário de Saúde e Higiene e de Assuntos Estratégicos segue responsável por ligar, dialogar e até autorizar pagamentos às companhias, mesmo fora, oficialmente, do governo. Algumas vezes a negociação de Koiti acontece por mensagens de celular.

Koiti é candidato a vereador pelo PTdoB e seu registro já foi protocolado junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) – inclusive, ele disputará votos com seu filho, Koiti Takaki Júnior, também filiado ao PTdoB, sigla que está na coalizão da candidatura à reeleição de Saulo.

Procurado pela equipe do Diário, Saulo garantiu que Koiti não está mais na Prefeitura. “Não é verdade (que Koiti é responsável pela negociação com fornecedores). O Koiti está cuidando da campanha”, afirmou o peemedebista. Além do projeto rumo à Câmara, Koiti é um dos coordenadores da empreitada de Saulo em Ribeirão. O candidato a vereador pelo PTdoB não retornou aos contatos da equipe do Diário.

CRISE
Com graves problemas financeiros, a Prefeitura de Ribeirão Pires tem em sua lista empresas que não recebem há sete meses pelos serviços prestados.

No ano passado, por falta de pagamento, a AES Eletropaulo chegou a anunciar que iria cortar o fornecimento de energia aos prédios públicos. O caso foi solucionado minutos antes de os funcionários da concessionária desligarem a distribuição.

Por conta da crise financeira, Saulo renegociou o reajuste que havia prometido aos servidores. Também cortou estagiários e reduziu jornada de trabalho de servidores comissionados.

Câmara adia novamente votação de shopping e não instala CPI da Saúde

Vitória Rocha
Especial para o Diário

A Câmara de Ribeirão Pires adiou mais uma vez a votação do projeto de lei do prefeito Saulo Benevides (PMDB) para construção do shopping em terreno onde está localizada a antiga Fábrica de Sal e o presidente do Legislativo, José Nelson de Barros (PMDB), deu nova desculpa para a não instalação da CPI da Saúde, mesmo sob a decisão da Justiça de abertura imediata do processo.

Segundo o líder do governo, Hércules Giarola (PMDB), a postergação do texto que envolve a Fábrica de Sal se deu porque o governo não conseguiu votos suficientes para aprovação do projeto. “O Fórum deu parecer positivo para construção (do shopping) e a única coisa que precisa fazer é manter a fábrica. Mas ainda não conseguimos número de vereadores favoráveis”, disse, justificando o fato de a proposta ter voltado novamente para a pauta do Legislativo após ter sido retirada da Casa em maio.

Segunda-feira foi enviada mensagem aditiva à proposta de edificação do centro comercial, explicando que, segundo decisão da Justiça, a única ressalva para a consolidação do plano é a preservação da fábrica “e seu entorno, que será determinado no procedimento administrativo do tombamento perante o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico)”.

A sessão transcorreu conturbada, com interferência constante da população nas falas dos vereadores. Irritado, Zé Nelson não quis falar sobre a CPI no início da reunião – limitou-se a dizer que o item está sob os cuidados da Secretaria Jurídica da Câmara. “Foi votado um requerimento pedindo a CPI e vai ser votada uma resolução (para abertura) que está nas mãos dos desembargadores (no Tribunal de Justiça). Estou aguardando uma decisão dele. Não depende de mim”, disse Zé Nelson. 




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