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Parto humanizado cresce nas cidades do Grande ABC
Por Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
02/11/2009 | 07:04
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A procura pelo parto humanizado tem aumentado no Grande ABC, indicando tendência de crescimento. Atualmente, segundo o ministério, as cesarianas ainda representam 43% dos nascimentos realizados no País, incluindo redes pública e privada. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda 15%, no máximo. O número de cesáreas nas cidades da região ainda é expressivo, mas há maior interesse nos partos humanizados, por aproximar mais mãe e filho e por ter melhor recuperação no pós-parto.

O recordista de partos cesarianos na rede pública é São Caetano com 55,3% de cesáreas, levando em conta dados de 2008. Mas até setembro de 2009, o índice estava em 46,3%, indicando redução. Depois, vem Mauá com 42%, Santo André com 40%, Diadema com 38%, São Bernardo com 33% e Ribeirão Pires com 29%. Em Rio Grande da Serra não há maternidade. Até agosto de 2009, houve 914 normais dos 1.433 em Diadema, 63% do total, sendo 20 com fórceps (intervenção para puxar o bebê em casos extremos). Já em Ribeirão Pires, as cesarianas no mesmo período foram menores, 25,65% dos 308 partos.

A humanização, que consiste em tornar o nascimento o mais natural possível, com menos intervenção, respeitando as necessidades da mãe e do bebê, faz parte da política do Ministério da Saúde para promover o aumento de partos normais e a consequente redução das cirurgias cesarianas no Brasil, que põem em risco à saúde da mulher e do bebê.

O número de cesarianas ainda é elevado no País. Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Complementar), está em 84% nos planos de saúde. Já no SUS (Sistema Único de Saúde) a média é de 30%, a mesma do Hospital Estadual Mário Covas em Santo André.

"O número é muito alto por múltiplos fatores", relatou Jorge Kuhn, professor assistente do Departamento de Obstetrícia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e obstetra especialista em humanização há 31 anos. Entre os fatores citados por Kuhn estão a remuneração do médico, que ganha por cirurgia e não por tempo trabalhado; por medo de processos, já que o número de denúncias nos conselhos regionais de medicina são maiores em partos normais; pelo desconhecimento da mulher, que acaba deixando a decisão com o médico e pela comodidade do cirurgião, da paciente e do hospital.




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