“As mulheres ainda não triunfaram internacionalmente no judô por falta de vigor físico”. A afirmação é do coordenador-técnico da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Nei Wilson. A exceção é a meio-pesado Edinanci Silva, que obteve dois bronzes em mundiais. Tanto é que a entidade já pensa na sucessora da judoca, que obteve resultados expressivos no exterior. A caçula Maria Suelen Althman, do Imes/ São Caetano, de apenas 17 anos, é uma das candidatas. Outra atleta que está na briga é Claudirene César.

Além de buscar uma nova atleta para substituir Edinanci, considerada imbatível em sua categoria no Brasil, a CBJ também deseja que as demais judocas conquistem o vigor físico da atleta do Imes/ São Caetano. Para tanto, a parte técnica das atletas será deixada um pouco de lado, para que se dê ênfase ao treinamento físico. O grande obstáculo, no entanto, é o conceito de beleza das brasileiras. “A vaidade dificulta o treinamento. O medo de ficar musculosa faz com que as judocas tenham receio de se submeter a uma preparação mais puxada”, disse o coordenador-técnico.

Suelen, a garota prodígio, como é chamada pelos companheiros do São Caetano, não tem medo da cobrança. E o que ela mais deseja é, um dia, assumir o lugar de Edinanci. A garota tem se destacado desde do ano passado, quando defendeu a seleção sub-25. Mas, diferentemente de 2006, a judoca atuou na categoria pesado. “A CBJ pediu para que eu mudasse de categoria, por causa da minha saúde”, confirmou Suelen. Segundo Wilson, se a jovem judoca continuasse na categoria pesado, não teria a mesma força das demais adversárias. “Foi uma boa troca, mas ainda é cedo para dizer que a Suelen será a sucessora da Edinanci. Ela é muito novinha”, completou. O coordenador-técnico do Imes/ São Caetano, Mário Tsuitsui, concordou com Wilson: “Ela é muito jovem, mas tem garra para isso. Tenho certeza de que estará preparada quando a Edinanci resolver se aposentar”, afirmou.