Que vida de artista não é fácil, isso não é novidade. Muitos tentam se virar como podem e dividem a paixão por exposições, obras, pensamentos e palcos com outras atividades profissionais para equilibrar o orçamento familiar. José Pereira, de Diadema, é prova viva. Com mais de 300 obras, o artista precisou dar intervalo na profissão para tentar a sorte de outras formas. Porém, há pouco menos de um ano ele voltou com tudo e, entre hoje e sexta, expõe, na Casa do Olhar Luiz Sacilotto (Rua Campos Sales, 414), em Santo André, algumas de suas produções. A visitação é gratuita e funciona de terça a sábado, das 10h às 17h.

Na mostra, ele apresenta diferentes estilos de mandalas, espécie de centro de energia, com ligação entre universo e elementos da natureza. “Sempre fiz peças nesta linha. Gosto de pensar em utilizar elementos da natureza que têm uma simbologia para mim e para todos”, explica Pereira.

No entanto, a exposição revela apenas uma face do artista. “Já fui ator, diretor, fiz exposições, mas tenho família e não estava conseguindo dar conta de tudo, foi então que resolvi parar”, conta Zé, como prefere ser chamado. O resultado: deu a volta por cima e está com agenda cheia até 2017.

PARA TODOS
Toda esta luta de José Pereira o fez enxergar com outros olhos os trabalhos da região. Ele pretende dar mais valor aos artistas do Grande ABC e ajudar a cultura local. Foi assim que surgiu a ideia do projeto Arte em Movimento, que ocorrerá no Teatro Clara Nunes (Rua Graciosa, 300), em Diadema, no dia 9 de setembro, a partir das 19h. Com troféu em jogo para os convidados, Zé criou a premiação como forma de homenageá-los e estimulá-lo.

Porém, a ideia cresceu e se tornou uma mistura de gêneros de vários Estados brasileiros. Isso porque, além de grupos e artistas locais, algumas participações serão importadas de outras cidades. “Campinas em peso vai participar, além de Rio Grande do Sul, Goiânia e até profissionais da Bahia. Os convites foram se espalhando e acabou virando um acontecimento”, diz o artista.

Entre as 51 atrações, que vão contar com números de teatro, dança, stand-up, literatura, música, dentre outros, está o grupo Papelão, de São Bernardo, que fará a abertura da premiação com adaptação da peça Chaplin. “Ficamos muito felizes com o convite. É uma honra. E saber que não tem custo nenhum e quem ganha com isso é o público dá mais vontade de participar”, explica a diretora da companhia, Gracielle Cardoso.

DO LADO DE LÁ
Sem muito espaço no teatro, a proposta é que antes do evento haja atrações do lado de fora do espaço. Tudo isso será comandado pelo artista mauaense Noel Pereira, que está organizando shows de rap, hip hop e rock a partir das 16h, até o início do evento. “Fui premiado no ano passado e quis fazer parte disso. O mais interessante é que estamos difundindo a cultura na região de forma independente”, conta. O projeto está sendo divulgado na internet e pelo site criado pelo idealizador do projeto (www.cantorzep.wixsite.com/trofeu).