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Após chuvas, esgoto invade garagem em São Bernardo
Por Camila Galvez
02/12/2010 | 07:01
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O consultor financeiro Sidney Cirera, 64 anos, teme perder para as águas o segundo automóvel em menos de dois anos. Morador da Rua Conde Siciliano, na Vila Mussolini, em São Bernardo, Cirera viu a garagem da casa na qual vive há 34 anos alagar após o temporal de anteontem.

O problema, no entanto, não foi alagamento na via, mas sim esgoto que voltou pelo encanamento e inundou o lugar. "Quando cheguei do trabalho, por volta das 16h, tentei tirar o carro da garagem, mas ele não ligava mais", lamentou.

A equipe do Diário esteve na residência de Cirera na manhã de ontem, quando o filho dele, Sidney Cirera Júnior, 27, tentava em vão fazer o Peugeot 460 dar a partida. Atrasado para o trabalho, o jovem saiu de moto. "Sorte que ela não estava na garagem, onde costumo deixar. O prejuízo seria maior ainda", disse ele antes de arrancar com o veículo.

A mulher de Cirera, a dona de casa Maria de Lourdes Ramos, 59 anos, afirmou que esse é o segundo carro que a família perde por causa do esgoto que transborda. "Há cerca de dois anos foi um Omega. Na época, a Sabesp veio aqui e abriu uma cratera na rua, os vizinhos nem podiam passar com os carros. Disseram que tinham encontrado uma boca de lobo cimentada e que iriam abri-la novamente para a água escoar. Garantiram que não teríamos mais esse problema na garagem, mas foi só chover ontem(anteontem) para acontecer isso", reclamou.

A família disse ter entrado em contato com a Sabesp logo que constatou a inundação. "Liguei pela primeira vez por volta das 16h de terça-feira, mas pediram prazo de 48 horas para resolver. Em 48 horas, meu carro vai ter de ir para o lixo", revoltou-se Cirera.

Com a água suja parada na garagem por tanto tempo, o cheiro de esgoto invadiu o imóvel, no qual vivem crianças e idosos. "Imagina como foi para a minha avó dormir com esse cheiro ruim", disse a outra filha do casal, Michelle Ramos Cirera. A família também teme que o contato com o esgoto possa disseminar doenças. "Meu pai e meu irmão entraram nessa água suja para tentar tirar o carro. Se eles ficarem doentes, quem vai arcar com isso?", questionou a jovem.

A Sabesp chegou para fazer o bombeamento por volta das 16h de ontem, 24 horas após o primeiro chamado. Segundo nota enviada pela empresa, o problema ocorreu pelo excesso de ligações pluviais (de água da chuva) conectadas indevidamente à rede de esgoto. A equipe realizou a desobstrução e a lavagem da rede coletora de esgotos, além da desinfecção do imóvel, mas a nota não esclareceu o que seria feito em relação às ligações irregulares.




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