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'Fenômeno Azulão' faz 15 anos sem bolo, sem festa e sob tensão
Analy Cristofani
Do Diário do Grande ABC
04/12/2004 | 13:15
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O São Caetano comemora neste sábado seus 15 anos com a alegria de quem soube aproveitar os bons ventos que sopraram, mas com a tristeza de viver, agora, seu momento de maior tensão e agonia. Perdeu um dos seus símbolos em campo, o zagueiro Serginho, morto há pouco mais de um mês. Não parou aí. Deixou de lado o charme do pequeno que vence os chamados grandes e sofre fora de campo as conseqüências duras de se transformar em foco.

O time do Grande ABC, que quebrou a mesmice do futebol no país e chegou a ser o queridinho do Brasil quando mostrou pela primeira vez sua força, na final da Copa João Havelange, em 2000, agora vive uma situação de vilão, com acusações e transtornos pela morte de Serginho, dia 27 de outubro, no Morumbi. Neste sábado, o clube corre sério risco de perder 24 pontos no Brasileirão no julgamento que acontece segunda-feira no STJD e vive a tensão de ter seu presidente, Nairo Ferreira de Souza, e o médico Paulo Forte apontados pela polícia como autores de homicídio doloso por terem, supostamente, sido negligentes com a saúde de Serginho.

A história de gigante começou em 2000, quando o São Caetano apareceu para a elite do futebol brasileiro ao chegar na final da Copa João Havelange contra o Vasco, uma vitória de bastidores. O alambrado de São Januário caiu, o São Caetano também, na conversa.

Antes disso, a vitória diante do Fluminense por 1 a 0, no Maracanã, calou quem não acreditava em surpresa. E o Azulão estava no Módulo Azul da Copa JH, depois do vice no Amarelo, a derrota para o Paraná Clube, que pouco representou. De lá para cá, foram 155 partidas disputadas em campeonatos brasileiros.

O São Caetano conseguiu, durante todos estes anos, marcar seu nome. Foi vice do Brasileiro em 2001, contra o Atlético-PR, e ficou novamente em segundo lugar em 2002, desta vez na Libertadores - perdendo para o Olimpia do Paraguai nos pênaltis, dentro do Pacaembu. Foram três participações na competição sul-americana em quatro anos. História? Claro que sim.

Faltava ao time um título de expressão. Até então, a conquista da Série B do Campeonato Paulista, em 2000, contra o Etti Jundiaí, era a maior delas. Carimbou seu passaporte com o título do Estadual, contra o Paulista, no início do ano.

Dois mil e quatro. O aniversário de 15 anos ficaria marcado para sempre. O Azulão trouxe o Boca Juniors para jogar no Anacleto Campanella e não fez feio. Mas o golpe veio na partida contra o São Paulo, pelo returno do Brasileiro. Era 27 de outubro e Serginho caiu morto no gramado do Morumbi. Começou aí uma fase de pouca alegria e muito sofrimento, ainda sem rumo e cheia de incertezas. A festa? Nada disso, apenas as boas lembranças e a esperança de vencer a dor no tempo.




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