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Voz e acordeão
Por Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
10/10/2006 | 21:05
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Mônica Salmaso e Toninho Ferragutti terão uma “conversa íntima” com o público. Ela, com voz e alguns instrumentos de percussão; ele, com seu acordeão. Juntos, estréiam nesta quinta-feira a segunda temporada de MPB do mais novo espaço paulistano dedicado a esta vertente musical: o Teatro Fecap. Paulinho da Viola, atração inaugural, já ‘abençoou’ a casa, sempre cheia, com seus sambas. E Dori Caymmi se prepara para subir ao mesmo palco, após a temporada da dupla, que vai até dia 22.

Mônica e Toninho são parceiros de longa data. Desde 1998, quando ele participou do disco Trampolim. De lá pra cá, ainda trabalharam juntos em Voadeira (1999) e Iaiá (2005), todos da cantora.

E é justamente esse material que forma o caldo do primeiro bloco do show. Depois, entra o set instrumental de Ferragutti, em que Mônica acompanha apenas com vocalises. Por fim, a dupla dá asas à sonoridade criada especialmente para este casamento entre voz e acordeão.

Um casamento cujo flerte inicial ocorreu de maneira casual, há quatro anos. A dupla foi convidada a participar de um encontro pedagógico em Curitiba (PR), onde fizeram um concerto neste formato. “Como era algo informal, topamos. E gostamos, foi muito divertido”, diz Mônica. A partir daí, descobriram que havia “muito assunto” para a “conversa íntima” desta formação. Tanto que a idéia virou show no Teatro Rival, no Rio

“O barato para quem faz e para quem ouve é a sensação de risco. Não no sentido de perigo, mas não há outros instrumentos para nos ajudar. Não há nada que se veja além de nós e a música. Voz e acordeão é novidade a quem ouve. Há um risco, que só é prazeroso. É como um salto mortal sem rede”, diz.


Ela própria se arrisca a fazer alguma percussão durante o show. Toca frigideira para acompanhar Dominguinhos no Parque, de Ferragutti, e assume a caixinha de fósforos enquanto canta a capella Véspera de Natal, um samba antigo e pouco conhecido, de Adoniran Barbosa.


Supresas e riscos não faltarão nesta temporada. Mônica deve cantar pela primeira vez em espanhol: no repertório flutuante estão Casamiento de Negros (Violeta Parra) e duas de domínio público – La Çarandilhera e Mana Arvoredo. E interpretará um fado de Amália Rodrigues e Alfredo Marceneiro, Estranha Forma de Vida.


Entre as canções selecionadas, ainda tem A Violeira (Chico Buarque/Tom Jobim), Vingança (Francisco Mattoso/José Maria de Abreu), O Pedido (Elomar) e Mortal Loucura, criada a partir de um poema de Gregório de Matos. A cada noite, o repertório muda um pouco.


Mônica não esconde a alegria de permanecer no Teatro Fecap por duas semanas. “A sensação é de que as pessoas estão te visitando em sua casa. O show amadurece diferente”, diz. Ela falou que está “apaixonada” pelo teatro de 400 lugares. “É um lugar onde o público olha pra gente e não para o telão com a gente. Isso cria uma cumplicidade entre”. O próximo passo da cantora será a gravação de um CD com músicas de Chico Buarque.

Monica Salmaso e Toninho Ferragutti - Temporada de shows. Estréia nesta quinta-feira, às 21h. De quinta a sábado, às 21h; domingo, às 19h. No Teatro Fecap – av. Liberdade, 532, São Paulo. Tel.: 0800-551902. Ingr.: R$ 40 e R$ 20 (meia entrada). Até 22 de outubro. Site: www.fecap.br



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