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Preso diz que morte de Celso Daniel foi queima de arquivo
Do Diário OnLine
13/12/2003 | 16:08
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O preso Ailton Alves Feitosa, que participou do planejamento do seqüestro do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, afirmou a um jornal paulista que o crime foi queima de arquivo. Considerado testemunha-chave na investigação do Ministério Público sobre o caso, ele contou que o destino da vítima foi decidido em duas reuniões realizadas em um apartamento na zona Sul de São Paulo.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Feitosa disse que a última dessas reuniões aconteceu no dia 18 de janeiro de 2002. Teve início às 20h e terminou por volta das 22h30. Uma hora depois, Celso Daniel foi rendido pelos criminosos. O preso contou que não pôde participar da execução do plano porque um dia antes havia fugido de uma penitenciária em Guarulhos, e por isso estava visado.

No comando do grupo estava Dionísio de Aquino Severo, que fugiu junto com Feitosa do presídio, em um helicóptero. Foi Severo quem revelou que Celso Daniel seria a vítima e que o seqüestro seria forjado — apenas na segunda reunião o nome do ex-prefeito foi revelado à quadrilha; até então, ele era citado como "peixe grande".

Feitosa contou que também ouviu Severo usando a expressão "peixe grande" para identificar uma outra pessoa, que facilitaria o crime. Ele garantiu, porém, que não conseguiu identificar quem seria essa pessoa. "Por isso, no meu depoimento, em momento algum eu falo que é o Sérgio. O que é dito é que é um empresário", disse, referindo-se ao empresário Sérgio Gomes da Silva, amigo de Celso que o acompanhava no dia do suposto seqüestro.

Sérgio Gomes foi denunciado pelo Ministério Público como o mandante do assassinato do ex-prefeito. A denúncia foi acatada pela Justiça e ele teve a prisão preventiva decretada na quinta-feira. Segundo a promotoria, o empresário teria encomendado o crime porque Celso teria descoberta um esquema de cobrança de propina na Prefeitura de Santo André, do qual ele fazia parte.




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