Política Titulo Proporção para eleitores
Região terá uma candidata para cada 413,7 mil eleitores

Mesmo com aumento no número de mulheres aptas ao voto, manteve-se quantidade de nomes femininos

Por Vitória Rocha
Especial para o Diário
07/08/2016 | 07:00
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André Henriques 28/7/16


Com apenas cinco nomes femininos concorrendo às prefeituras e 2.068.808 eleitores, a região terá o equivalente a uma candidata mulher para cada grupo de 413.760 eleitoras. O número mostra menor inserção feminina na corrida eleitoral nas sete cidades em comparação a 2012. Para especialistas consultados pelo Diário, sistema político brasileiro ainda dificulta a candidatura e eleição de mulheres.

De acordo com as estatísticas eleitorais divulgadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o gênero feminino representa mais da metade das pessoas com direito a voto em todas os municípios. Comparando os dados de 2012 com os deste ano, mais 50.579 mulheres se tornaram aptar a votar na região, mas ainda assim o número de postulantes aos Executivos permanece o mesmo em quatro anos, cinco candidaturas, sendo que neste ano quatro cidades ficarão sem postulantes femininas.

Em 2012, a relação era de uma candidatura de mulher para cada 396.331 eleitores. Entre os homens, há um projeto eleitoral masculino para cada 49.257 eleitores (há quatro anos era uma empreitada para cada 63.924)

Irão concorrer Rejane de Moura (Psol-Mauá), Sara Jane Zanetti (Rede-São Caetano), Lucia Dal’Mas (PRTB-São Caetano), Rosana Figueiredo (Rede-Ribeirão Pires) e Leo da Apraespi (PMB-Ribeirão Pires). Por ora, nenhuma figura com destaque nas pesquisas de intenções de voto. Na história, apenas três mulheres chegaram ao comando de prefeituras na região: Tereza Delta (prefeita de São Bernardo entre abril e dezembro de 1947), Irinéia José Midoli (chefe do Executivo de Rio Grande da Serra de 1973 a 1977) e Maria Inês Soares, a última, que venceu a eleição há 16 anos em Ribeirão Pires.

Segundo a pesquisadora do grupo de estudos de gênero e política da USP (Universidade de São Paulo) Beatriz Sanchez, o financiamento desigual de campanhas entre homens e mulheres é um dos fatores que mais dificultam a eleição de nomes femininos. “Além disso, apesar de o Brasil adotar a lei de cotas para candidaturas femininas desde 1995, houve crescimento da porcentagem de candidaturas, mas não da porcentagem de mulheres eleitas. Isso porque no Brasil adotamos um sistema político de lista aberta, o que significa que os partidos lançam candidaturas individuais que concorrem entre si. Como consequência, os candidatos com maior capital político, que são na maioria das vezes homens, acabam tendo mais sucesso .”

Para a cientista política Jacqueline Quaresemin, da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), o não cumprimento de determinações eleitorais pode ter interferido na relação mulheres e eleitoras. “O TSE determinou que 20% do fundo partidário fosse para formação política para mulheres já valendo para a eleição deste ano. Possivelmente isso não está sendo cumprido porque majoritariamente os partidos são dominados por homens que têm seu capos”, disse. 




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