Desde que foi fundado, em 1988, o PSDB elegeu no Grande ABC quatro prefeitos, que executaram cinco gestões. Três deles de Rio Grande da Serra: José Teixeira (1992), Adler Kiko Teixeira (2004 e 2008) e Gabriel Maranhão (2012). A outra vitória do partido foi em São Bernardo, com Mauricio Soares (1996). Portanto, das 49 disputas pelos Paços (sete pleitos nas sete cidades), o tucanato conquistou apenas 10,2% das brigas eleitorais. Os partidos com mais êxitos são PT (com 20, ou 40,8%), PTB (com 14, ou 28,6%) e PMDB (com oito, ou 16,3%). O PSDB, que governa o Estado de São Paulo ininterruptamente desde 1995, há 21 anos, portanto, é coadjuvante nas disputas municipais no Grande ABC. Na eleição deste ano, a legenda terá possibilidade de iniciar uma história alvissareira. Em Santo André, a aposta é sobre Paulinho Serra. Ex-vereador e ex-secretário de Obras, deixou a sigla para ingressar no PSD, mas está de volta e promete dar trabalho na corrida pelo Paço. Na cidade, a agremiação passou por desgaste, ficou sem vereador na atual legislatura e agora promete dar a volta por cima. Em São Bernardo, Orlando Morando conduz os tucanos na tentativa de retomar o governo. No pleito passado, o PSDB indicou o vice (Admir Ferro) do cabeça de chapa Alex Manente (PPS). Em São Caetano, José Auricchio Júnior fez dois mandatos pelo PTB e, depois de encerrar as administrações, deixou o partido para liderar a candidatura ao Palácio da Cerâmica pelo PSDB. Ele reforça a reestruturação do partido no município, que teve altos e baixos. Em Mauá, Clóvis Volpi leva na bagagem a experiência de ter sido vereador, deputado estadual, prefeito da cidade vizinha Ribeirão Pires e diversos outros cargos públicos. Ainda não alavancou. Vai tentar vaga no segundo turno, apesar das dificuldades. Em Ribeirão, a ex-secretária de Educação Rosi de Marco tem a missão de levar a legenda ao comando do Paço. Por lá, o pleito deve ser acirrado e tudo pode acontecer após gestão sem avanços de Saulo Benevides (PMDB). Em Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão é favorito para ser reeleito. Claudinho da Geladeira (PT) pode dar trabalho, pois está mais bem organizado do que em outras oportunidades. Haverá uma revoada tucana em 2016 como houve uma maré vermelha em 2000, quando a região elegeu cinco petistas?

BASTIDORES

Gafes
Ao efetivar, no domingo, sua candidatura a prefeito de São Caetano após três desistências, o ex-vereador Gilberto Costa (PEN) separou um tempo do seu discurso para criticar o que chamou de “imprensa marrom”. Não citou empresas nem profissionais. Ao invés disso, deveria se dedicar mais a debater o plano de governo, pois divulgou algumas propostas que já existem na cidade, como a transformação do Estádio Anacleto Campanella em arena (em andamento), a entrega de medicamentos em casa (projeto implantado pelo governo anterior, do qual foi líder na Câmara) e disponibilização de próteses e implantes dentários (programa já disponível). Ou então fazer um media training com os pleiteantes a vereador de seu partido. Um deles, por exemplo, foi saudar o vice da chapa majoritária, Edson Hiroshi (PEN), e soltou um “Auricchi...”, faltando pouco para completar o nome do ex-prefeito que também está na disputa pelo Palácio da Cerâmica, pelo PSDB.

Petrobras
Antônio Augusto Almeida Faria, chefe de gabinete do presidente da Petrobras, Pedro Parente, acumula agora a função de gerente executivo de comunicação e marcas. Substitui Luis Fernando Nery, que ocupava o cargo desde março de 2015. Está em curso na estatal processo de reformulação no setor, que passou 12 anos sob comando de sindicalistas e é alvo de investigações internas.

Dúvidas
Grupo governista de São Bernardo começa a traçar coligações proporcionais. Há duas indefinições. Uma será encerrada hoje, em reunião com dirigentes do PCdoB, que estão descontentes com a condução do processo pelo prefeito Luiz Marinho e ainda não oficializaram apoio ao PT. E a segunda é a adesão do PMDB, que está difícil. O partido tem pré-candidato (Tunico Vieira), mas pode compor com o PSDB de Orlando Morando, PPS de Alex Manente.