A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) autorizou as concessionárias de estradas a reajustar a tarifa do pedágio a partir da meia-noite desta sexta-feira. Com isso, o valor cobrado do motorista que utiliza o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) para ir ao Litoral passará a ser de R$ 25,20 ao invés dos R$ 23 atuais. Ou seja, o que já era caro vai ficar ainda pior. E sem a contrapartida que o usuário merece. Embora tenham excelente infraestrutura, as duas rodovias, que cortam o Grande ABC, ficam a dever no quesito segurança.

O aumento de 9,23% no valor da tarifa mantém os pedágios da Anchieta e da Imigrantes como os mais caros do Brasil. Exatamente por isso as duas estradas deveriam ser exemplos de eficiência antiviolência. Mas não é o que ocorre. A despeito do valor absurdo que pagam para utilizar ambas as estradas, os motoristas são alvos fáceis de bandidos que agem durante seu percurso. Inadmissível.

De 2003 até agora, foram registradas ao menos seis mortes decorrentes da ação de criminosos ao longo das estradas do sistema. No último caso, anotado em 26 de maio, pedra arremessada do acostamento atingiu o para-brisa de veículo que descia a serra pela Imigrantes, na altura de Cubatão, e matou na hora o adolescente Reinaldo Lima de Souza Júnior, 17 anos, que dormia no banco de carona. A polícia desconfia que marginais que residem nas comunidades próximas à rodovia se utilizam do expediente para forçar os veículos a pararem no acostamento e, na sequência, assaltarem motorista e passageiros.

Entende-se, e não se discute, o direito contratual que a Ecovias, administradora do sistema, tem de reajustar o valor do pedágio anualmente, ainda mais quando o critério leva em conta a inflação acumulada no ano, como foi o caso, mas é inaceitável que a majoração venha desacompanhada de medidas de segurança para garantir a tranquilidade na Anchieta e Imigrantes. O motorista aceita pagar R$ 25,20 para usar as estradas, mas quer ter a certeza de que ele e seus eventuais acompanhantes vão chegar vivos ao Litoral.