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Sindserv vai à Justiça por 13º salário em Santo André

Prefeitura reafirma falta de recursos para antecipar parcela do benefício, mas garante pagamento dentro do prazo legal

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/06/2016 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


Terminou sem acordo reunião entre a direção do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de Santo André e a cúpula do governo do prefeito Carlos Grana (PT) sobre a antecipação da primeira parcela do 13º salário do funcionalismo público. Sem avanço, a entidade avisou que ingressou na Justiça para buscar o adiantamento do benefício, mesmo a Prefeitura tendo amparo jurídico para efetuar o pagamento somente no dia 30 de novembro.

Com queda na arrecadação, a administração avisou no começo do mês ao sindicato que iria depositar a parcela do 13º somente no dia 30, data limite da legislação. Nas últimas duas décadas esse valor era quitado no dia 30 de junho. A medida afeta 16 mil funcionários, entre ativos e inativos.

Segundo o diretor do Sindserv e coordenador de comunicação da entidade, Rodrigo Gomes, a ação judicial foi impetrada como forma de “buscar a antecipação da parcela do 13º salário”. “Muitos trabalhadores contraíram empréstimos contando com esse pagamento. A Prefeitura só nos avisou no dia 15, pegou muita gente de surpresa. O funcionário não pode pagar a conta de uma crise que não foi criada por ele e de um mal planejamento orçamentário do governo.”

O Sindserv marcou para amanhã assembleia para definir os próximos passos da negociação. “Vamos aguardar o que a Justiça decidir. Quem definirá o que vamos fazer é o trabalhador na assembleia, pode ser greve, paralisação de um dia ou manifesto”, avisou Gomes.

Secretário de Orçamento e Planejamento Participativo e de Finanças, Alberto Alves de Souza (PT) lembrou que o adiamento da quitação da primeira etapa do 13º salário está amparado por lei e que “os servidores precisam entender o momento econômico delicado”.

“União, Estados e municípios estão em crise, não é só Santo André. Isso todo mundo sabe. Os funcionários já têm privilégios em relação a trabalhadores do sistema privado, como estabilidade e antecipação do 13º salário. A Prefeitura não é uma fábrica que pode aumentar sua produção para ter mais recurso. Vivemos de arrecadação de impostos, que vêm caindo. Ninguém está pedindo sacrifício, mas pedimos que entendam o momento”, disse.

Alberto citou o reajuste de 13,31% nos vencimentos do funcionalismo aplicado em abril como “compromisso do prefeito Carlos Grana com os servidores” e garantiu que as parcelas do 13º cairão em novembro e dezembro. “O sindicato propôs que o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e o Serviço Funerário antecipassem, por terem receita própria. Mas o governo precisa dar tratamento de isonomia. A Prefeitura vai cumprir o que determina a legislação.” 




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