O presidente do Comitê Militar, o general Klaus Nauman, e o comandante supremo das forças aliadas na Europa, o general norte-americano Wesley Clark, disseram ao presidente iugoslavo que nao tinha cumprido sua promessa de manter nos quartéis as tropas que tem na província sérvia de Kosovo, majoritariamente habitada por albaneses.

Os dois generais lhe pediram que "voltasse a examinar" sua decisao de expulsar o chefe da Organizaçao para a Segurança e a Cooperaçao na Europa (OSCE) em Kosovo, William Walker, segundo uma fonte diplomática. Sua missao era igualmente conseguir que o Tribunal Penal Internacional fosse autorizado a fazer investigaçoes na província.

Os dois apresentaram a Milosevic "todas as opçoes" da comunidde internacional, incluindo as mais radicais, para obter a paz em Kosovo, segundo esta fonte. Milosevic reconheceu implicitamente que as forças militares e policiais nao respeitaram escrupulosamente os acordos concluídos em outubro com a comunidade internacional, como destaca um comunicado da presidência.

A Iugoslávia "tem o direito legítimo de combater o terrorismo" e nenhuma "pressao externa" poderá impedir isso, advertiu o presidente. "As atividades dos grupos de bandidos e de terroristas, que cometeram numerosos crimes sob o nome de UCK (Exército de Libertaçao de Kosovo) serao neutralizadas", afirmou.

Milosevic considerou inaceitável que se faça "pressao sobre um país soberano que luta contra o terrorismo em seu território e que nao poe em perigo nenhum de seus vizinhos, incluindo o do território do qual procedem destacamentos de assassinos", em clara referência a Albânia. O presidente iugoslavo afirmou que a cooperaçao com a Missao de Verificaçao em Kosovo (KVM) da OSCE "nao é litigiosa. Mas esta cooperaçao implica uma boa vontade recíproca e nao unilateral".