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Ídolo do boxe, Servílio não aposta em medalhas no Rio
Rodrigo Mozelli
Especial para o Diário
20/06/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Trabalhador na Pirelli dos anos 1960 das 8h às 17h e pugilista da empresa a partir deste horário. Dificuldade em ser convocado pela então CBD (Confederação Brasileira de Desportos) para a Olimpíada do México, em 1968. E, após complicações, a primeira medalha do boxe brasileiro nesta competição – de bronze. Este é Servílio de Oliveira, paulistano de nascimento, mas andreense de coração, ícone do esporte nacional se reuniu com crianças, jovens e adultos a convite do Sesc Santo André na 28ª edição do projeto A Trajetória do Esporte, que sempre traz uma lenda esportista nacional. Após o bate-papo, houve treino de boxe para os presentes.

Além de responder a perguntas do mediador, o jornalista Marcelo Mendez, e aos questionamentos dos presentes, o ex-pugilista contou um pouco de sua carreira, de sua vida pessoal e falou sobre as expectativas do boxe do Brasil para os Jogos Olímpicos Rio-2016. Em entrevista ao Diário, Servílio apostou que o País pode surpreender com dois atletas do peso-leve. “Entre as mulheres, no peso-leve, Adriana Araújo, e, entre os homens, Robson Conceição, que já ganhou torneios fortes no Exterior e tem predicados. Existem vários outros bons, mas acho que o Robson é o mais experiente”, afirmou o ídolo.

Apesar de considerar a dupla a mais forte no cenário nacional, Servílio não vê o boxe brasileiro como favorito nesta Olimpíada, muito também pelo momento atual, o qual define como ‘ruim’. “Ainda não há patrocínio, mas estamos fazendo bom trabalho de formação. Acredito que em até três anos o boxe brasileiro estará bem. Mas, lá atrás, no meu tempo, quando você ia participar de torneios internacionais, o pessoal não queria nem saber quem eram os lutadores brasileiros, já hoje é diferente”, ponderou.

Sobre os boxeadores daqui lutarem pela primeira vez em sua terra natal, o ex-pugilista acredita que isso influencia positivamente os atletas.

“É um fator fundamental. Acho muito legal, porque é diferente você estar dentro de casa. Você está no seu habitat, no seu clima, com sua torcida e com seus familiares, diferente de estar num país longe”, disse.

MUDANÇAS

Desde que Servílio levou o bronze em 1968, muitas coisas mudaram para os boxeadores. Por exemplo, havia apenas dez categorias para se disputar, contra as 17 de hoje.

“Quando estreei, em 1966, no torneio A Gazeta Esportiva, não havia patrocínio. As grandes empresas tinham departamentos de esportes e levavam esportistas para lá. Foi o que aconteceu comigo, a convite de Antonio Ângelo Carollo, técnico da Pirelli, que eu considerava um pai. A Pirelli tinha vários esportes e dava sustentação ao esporte andreense. Quando a empresa acabou com este segmento, em 1992, acabou o esporte em Santo André”, lamentou.

MUHAMMAD ALI

Como não poderia deixar de ser, Servílio de Oliveira falou sobre outros nomes da modalidade, como Maguila e, claro, Muhammad Ali, o qual teve a oportunidade de conhecer em 1971, durante luta de exibição do norte-americano em território tupiniquim.

“Não digo que foi um ícone. Ele (Ali) é um ícone, é uma pessoa que não morre. Foi uma grande perda, era uma pessoa que não só em cima do quadrilátero, mas fora dele representou muito também”, comentou.




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