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Teste do Pezinho completa 40 anos

Exame foi trazido pela Apae paulista, como ação
preventiva; em S.Caetano, entidade é referência

Vanessa Oliveira
Do Diário do Grande ABC
20/06/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Junho marca os 40 anos de um importante exame feito em recém-nascidos: o chamado Teste do Pezinho. A coleta do sangue, realizada entre as primeiras 48 horas do nascimento até o quinto dia de vida, por meio de uma ‘picadinha’ no calcanhar (devido ao grande fluxo sanguíneo que existe ali), possibilita que médicos consigam detectar doenças graves do sistema de defesa, adiantando assim o tratamento precoce.

A ação, vinda dos Estados Unidos e celebrada nacionalmente no dia 6 de junho, foi introduzida no Brasil pela Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo, por meio do médico Benjamin Schimidt. Em 1992, o exame de triagem neonatal passou a ser obrigatório e gratuito no País. Desde então, a Apae de São Caetano é referência no serviço, por ser a única da região a contar com laboratório para a coleta. Na cidade, o teste foi trazido por Beny Schimidt, filho de Benjamin. “O teste é feito na maternidade e nós reconvocamos os pacientes com exames que estão alterados. Mas nem todos são positivados, pois há vários fatores que causam alteração, como prematuridade e baixo peso”, explica a coordenadora do laboratório da unidade, Silvia Maria.

Seis doenças são triadas no Teste do Pezinho: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e a deficiência de biotinidase (as duas últimas foram incorporadas ao teste em 2012).

“Todas as doenças detectadas são graves, mas se descobertas precocemente a criança não terá lesões, principalmente intelectuais, pois quase todas dão algum problema no cérebro”, ressalta a biomédica da Apae de São Caetano Maisa da Silva Branco Martins. Há versões ampliadas (e pagas) que podem rastrear mais de 40 patologias.

O eletricista Vagner Pereira da Silva, 36 anos, levou a filha Maria Heloisa, 5 meses, para repetir o teste básico. “No primeiro não constou nada, mas agora ela está com grau sete de anemia e o médico pediu para fazer novamente”, contou. De janeiro a dezembro de 2015, a entidade registrou sete testes positivos para anemia falciforme; 14 para hipotireoidismo congênito; três para fenilcetonúria; e dois para biotinidase. Já de janeiro a maio foi diagnosticado um caso de anemia falciforme e cinco de hipotireoidismo congênito.

As crianças são direcionadas para tratamento no Centro de Triagem Neonatal e Estimulação Neurossensorial Dr. Tatuya Kawakami, unidade da Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Caetano, no bairro Oswaldo Cruz. Uma delas é Thiago Silva Cardoso dos Santos, 9 anos, morador do bairro Nova Gerty. Por meio do Teste do Pezinho, sua mãe, Maria Jaqueline Silva, 33, descobriu que o filho tinha anemia falciforme. “É um exame importantíssimo, pois se a doença do meu filho não fosse tratada de imediato, traria sérios problemas ao desenvolvimento dele, podendo causar até a morte”, enfatizou Maria.

“Para nós, o Teste do Pezinho é muito gratificante, porque a gente sabe que está ajudando essas crianças. Elas vão se tratar e ter uma vida normal”, fala Silvia.

Mais informações sobre o exame podem ser obtidas na Apae de São Caetano, pelo telefone 4220-4410.

 




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