Economia Titulo Comércio exterior
Agência faz plano para ampliar as exportações

Presidente da entidade de desenvolvimento
regional diz que Exterior é saída para a crise

Por Evaldo Novelini
Do Diário do Grande ABC
19/06/2016 | 07:00
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Divulgação


Capacitar o micro e pequeno empresário para a exportação e criar ambiente favorável à cultura empreendedora nas sete cidades. É sobre esses dois pilares que o professor universitário Joaquim Celso Freire quer estabelecer sua gestão à frente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Ele assumiu a presidência da entidade em substituição ao prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), que foi obrigado a renunciar ao posto porque vai disputar a reeleição ao Executivo, em outubro.

“Passamos por um momento dramático, tanto político quanto economicamente, mas é justamente nos períodos de dificuldade que somos impelidos a buscar saídas”, diz Freire, professor de Administração na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), que fica no cargo até março de 2017. Ele é o primeiro representante da sociedade civil a assumir o posto, no qual se revezam também representantes das iniciativas pública e privada.

Assumir o posto quando a economia regional sente os reflexos da crise nacional, com produtividade em baixa e desemprego em alta, não diminui o otimismo de Freire, que também é escritor de sucesso – ele ainda está em processo de lançamento de seu sexto livro, Meu Pé de Alecrim de Fulô, pela Alpharrabio Edições.

“Acho que já atingimos o fundo do poço. Daqui para frente é arregaçar as mangas e cavar para sair do buraco, nem que seja com as próprias unhas”, diz. Ele acredita haver luz no fim do túnel, mas que, no momento, ela pode emanar de além das fronteiras do Brasil. “Precisamos prospectar o mercado externo. É ali que reside uma das saídas para a crise.”

Salvo algumas exceções, especialmente grandes companhias, como as montadoras de veículos, as empresas do Grande ABC não têm know-how para exportar, segundo análise da agência regional. “Não que nossos executivos não saibam como fazer; acredito que até hoje não se preocuparam porque o mercado interno acolhia a produção”, pontua o novo presidente.

Buscar mercados e estabelecer parcerias com órgãos internacionais de comércio para abrir caminhos a produtos made in Grande ABC estão entre as prioridades da entidade, cujo orçamento anual é de R$ 1,1 milhão, financiado por municípios (49%) e iniciativa privada (51%).

EMPREENDEDORISMO

A Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC também pretende investir na criação de ambiente favorável para expandir o empreendedorismo. A entidade garante ter estudos que mostram o êxodo de trabalhadores demitidos ou aposentados das grandes indústrias da região, após dezenas de anos de trabalho e com R$ 500 mil no bolso, fruto do acerto trabalhista, para outras localidades.

“O sujeito trabalha 30, 40 anos em Santo André, São Bernardo ou São Caetano e quando deixa o emprego, com meio milhão de reais no bolso, vai empreender em outra região. Precisamos reter essas pessoas aqui”, diz o secretário executivo da entidade, Giovanni Rocco Neto.

De acordo com dados que a agência assegura possuir, 80% da população de Boituva, localizada na região de Sorocaba, são oriundos do Grande ABC. “Eram operários das nossas fábricas, que foram em busca de oportunidades em regiões mais simpáticas ao empreendedorismo”, relata Rocco Neto, sem antecipar as ações que fará para reverter a tendência. 




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