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Obras de misericórdia
Por Ademir Medici
30/05/2016 | 07:00
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 A crise que nos atinge parece longe de acabar e a situação do povo se agrava. O desemprego não faz somente diminuir o salário, deteriorar o atendimento na Saúde e tantos outros benefícios, mas também diminui a confiança. Falta de esperança gera incerteza, e isto concorre para vivermos uma situação onde todos precisam de todos.

Na Igreja Católica, o papa Francisco instituiu o Ano Santo da Misericórdia que estamos vivendo. É um período em que todos – católicos e pessoas de boa vontade – são chamados a perceber a necessidade que nossa sociedade tem de compreensão entre as pessoas, acolhida, perdão e misericórdia nos relacionamentos. É evidente que a melhor ajuda vem do trabalho honesto e incessante daqueles que podem melhorar a situação, tomando decisões justas em favor do povo, em especial dos que mais necessitam. Acabar com a corrupção é urgente para a sobrevivência da população.

Neste Ano Santo da Misericórdia somos convidados a orar, fazer a peregrinação à Porta Santa, presente em nossa Diocese, na Catedral do Carmo, nos santuários: do Bonfim, Boa Viagem, Nossa Senhora Aparecida e São Maximiliano Kolbe/Milícia, em São Bernardo. Mas somos convidados também a ajudar nossos irmãos e irmãs necessitados a superarem as dificuldades. Abrir o coração para compadecer-se, abrir os ouvidos para ouvir e o bolso para ajudar.

A tradição da Igreja conta com sete obras de misericórdia corporais e sete obras de misericórdia espirituais. A Bíblia é o espelho de como a misericórdia se exprime no dia a dia da vida em forma concreta. As obras de misericórdia inserem-se dentro do processo de solidariedade humana, exigido pelas situações dramáticas e precárias em que vive grande parte de nossos irmãos e irmãs.

As obras de misericórdia encontram-se descritas no Catecismo da Igreja Católica (n. 2448) da seguinte maneira: “As obras de misericórdia são ações caridosas pelas quais vamos em ajuda do nosso próximo, nas suas necessidades corporais e espirituais” (cf. Isaías 58,6-7; Mateus 25, 31-46). São sete obras de misericórdia espirituais: dar bom conselho, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, suportar com paciência as fraquezas do próximo. E as obras de misericórdia corporais que são mais conhecidas, são: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, acolher o estrangeiro, assistir os enfermos, visitar os presos e enterrar os mortos.

As obras de misericórdia são um testemunho concreto do amor preferencial pelos pobres na perspectiva dos ensinamentos de Jesus. A misericórdia não é contrária à Justiça. É necessário fazer justiça e lutar por leis justas que sejam observadas.

A misericórdia é superior à Justiça. Como disse Jesus: “Se a vossa justiça não superar a dos fariseus e doutores da Lei, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,20). A Justiça dos homens é o mínimo do amor solidário, as obras de misericórdia são o máximo do amor solidário. Enfim, na ordem dos princípios, o amor a Deus vem primeiro, na ordem prática, o amor ao próximo é que vem primeiro.




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