Ex-senador fala em apresentar incoerência de parlamentares e diz ser importante diálogo
Em meio a crise institucional do PT em que deputados estaduais, prefeitos e vereadores têm evitado defender de forma explícita a presidente Dilma Rousseff (PT), afastada do cargo por até 180 dias para continuidade do processo de impeachment, o ex-senador e ex-secretário dos Direitos Humanos de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) afirmou ser necessário que Dilma restabeleça o diálogo com o Parlamento e exponha contradições de senadores que já estiveram ao seu lado em campanhas anteriores. Na quarta-feira, o petista compareceu a sessão solene da Câmara de Ribeirão Pires em comemoração ao Dia Internacional de Combate à Homofobia, em ato realizado pelo GAD (Grupo de Apoio à Diversidade).
Para Suplicy, a presidente afastada precisa se posicionar no plenário do Congresso Nacional. “Minha sugestão é que ela (Dilma) compareça ao plenário para, olho no olho, responder às indagações e afirmações dos senadores. Alguns senadores estiveram, inclusive, lado a lado com a presidente pedindo votos para ela e ela para eles. Ela pode recordar esses episódios para que cada senador pense bem como vai votar e eu espero que número suficiente desista de votar a favor (do impeachment).”
Na região, lideranças do PT não têm argumentado em favor de Dilma e custam admitir que haja crise política e institucional no partido. Apesar disso, prefeitos como Donisete Braga, de Mauá, Carlos Grana, de Santo André, e Luiz Marinho, de São Bernardo, buscam maquiar sua filiação nas redes sociais e resguardar sua imagem, dando mais visibilidade para as coligações e alianças, tentando não se associar a símbolos da sigla como a estrela, a cor vermelha, entre outros pontos.
Durante ato público neste mês, Marinho não falou sobre o impeachment de Dilma nem criticou o presidente interino Michel Temer (PMDB), demonstrando como seria o tom dos petistas sobre o tema. Donisete afirmou não ser “deputado federal para defender Dilma”.
Diferentemente dos correligionários da região, o ex-senador defendeu com veemência a petista afastada. “Tenho a convicção, por tudo o que conheço da presidente Dilma, que ela não cometeu qualquer crime de responsabilidade. É pessoa séria. Pode ter cometido erros administrativos, da política econômica, mas que podem ser corrigidos. Não merece ser afastada do governo.”
Mesmo diante dos problemas de âmbito nacional da legenda, Suplicy tem dito que irá se candidatar ao Legislativo da Capital em outubro pelo PT. “Se em uma grande organização com mais de 1,5 milhão de filiados alguns cometem erros gravíssimos de enriquecimento ilícito, confere a mim e a outros procurarem tomar medidas para prevenir e evitar esses erros. Onde estivermos como senadores, como secretários, devemos agir com transparência. Esta é a forma como eu posso contribuir para que o meu partido volte a ter o reconhecimento de que é composto por pessoas que querem dar o exemplo de correção na administração pública.”
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