São muitos os desafios do presidente interino Michel Temer (PMDB), que substitui temporariamente a titular Dilma Rousseff (PT). É o peemedebista que, por pelo menos 180 dias, comandará o Brasil, enquanto a petista é julgada no Senado pela acusação de ter maquiado as contas públicas para ludibriar a população, levando a sociedade a acreditar que a situação fiscal do País não estivesse tão ruim. Um dos problemas mais prementes do novo governo, além de corrigir os rumos da economia, é estancar o desemprego, que vem crescendo em proporção alarmante no Grande ABC.

É o que mostram os números divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Na soma de 12 meses, considerado o exercício encerrado em abril, foram demitidos 46.776 trabalhadores nas sete cidades. O volume é mais do que o dobro do acumulado anual verificado no quarto mês de 2015, quando o saldo era de 21.297. Há muita gente desamparada na região, à espera de sinal do Planalto.

A situação do Grande ABC fornece pálida ideia do que ocorre na Nação como um todo. De acordo com a mesma fonte, o País fechou 62.844 vagas de trabalho com carteira assinada só em abril. Enquanto perdem o emprego, os brasileiros voltam suas expectativas a Temer, cuja chegada ao poder representava a retomada da esperança. O presidente interino tem de acelerar a divulgação de política nacional para a recuperação dos postos, o que deverá ocorrer concomitantemente à elaboração de plano para reativação do setor produtivo.

Em entrevista coletiva concedida na terça-feira, Temer pediu calma aos brasileiros, demonstrou impaciência com as cobranças, que julgou açodadas, e prometeu empenho da equipe que comanda para apresentar, no menor espaço de tempo possível, medidas capazes de tirar o País da crise financeira e devolvê-lo aos trilhos do desenvolvimento. A pacificação da Nação, tão almejada pelo peemedebista, poderia começar pela recolocação dos 12 milhões de cidadãos que perderam o meio de sustentar a si e aos seus nos últimos anos de governo do PT.