Monumentos espalhados por Santo André apresentam desde pichações até problemas estruturais; lei federal pune depredação das obras
Monumentos de Santo André têm sido alvo de vandalismo. O descaso, a pichação, a depredação e até mesmo a utilização dos trabalhos como varal para roupas, mostra que a arte, para algumas pessoas, não tem nenhum valor. O tema será objeto de série de reportagens do Diário. A cada semana, uma cidade terá seu cenário destacado.
De acordo com o Anuário de Santo André, existem 49 obras, entre bustos, estátuas e placas de personalidades e eventos da história regional, nacional e internacional espalhadas pela cidade.
Uma das situações mais críticas está na Praça Ministro Salgado Filho, na Vila Guiomar. A estátua do ex-presidente do Brasil Getúlio Vargas (1882-1954) não existe mais. O suporte que sobrou da obra de arte está quebrado e é utilizado como varal para pendurar roupas por parte da comunidade.
A figura do ex-presidente norte-americano John Kennedy (1917-1963), na praça que leva o seu nome, está com a base completamente pichada. A situação revolta os munícipes. “Sempre achei Santo André uma cidade linda, mas esse descaso estraga, né? Pichação é muito feio, tira a beleza da escultura”, lamenta a corretora de saúde Maria Auxiliadora Martins, 56 anos,
A depredação também acontece com o busto de José Luiz Flaquer (1854-1924), mais conhecido como Senador Flaquer, na Rua Coronel Oliveira Lima que está pichado e tem até adesivos colados. A peça já foi depredada em tentativa de furto. Em maio do ano passado, a obra foi recuperada e voltou ao calçadão.
Ainda no Centro da cidade, o serralheiro Werler Andrade, 35, observava a obra do artista andreense Luiz Sacilotto (1924-2003), que também voltou ao calçadão no ano passado depois de ser repintado. “É uma arte e deveria ser respeitada. Isso é culpa da falta de educação das pessoas e da falta de conscientização sobre o espaço, que é de todo mundo. Ninguém tem o direito de destruir o que é da população.”
Para outras pessoas, o problema se agrava porque falta fiscalização. “Cadê os guardas municipais? Eles deveriam vigiar isso durante a madrugada também para não destruírem”, opina o auxiliar de serralheria Carlos Alberto Carraro, 58.
A Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos informou, em nota, que uma equipe fará a vistoria nos monumentos apontados. Caso seja necessário qualquer tipo de manutenção, a Pasta fará consulta junto à Secretaria de Cultura para realizar os reparos. A administração não informou se realiza manutenção periódica nas obras ou fiscalização para inibir os atos de vandalismo.
LEI FEDERAL
A punição para pichadores de monumentos públicos está prevista no artigo 65 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98. Os infratores estão passíveis de detenção de seis meses a um ano, além de multa. A pena varia de acordo com o valor artístico, arqueológico ou histórico da peça danificada e, se é tombada, ou não.
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