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Uma festa centenária em Santo André

Há exatos 100 anos Santo André viveu um domingo festivo...

Ademir Medici
21/05/2016 | 07:00
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Há exatos 100 anos – 21-5-1916 – Santo André viveu um domingo festivo com a inauguração das novas instalações da Delegacia de Polícia do então Município de São Bernardo – do qual Santo André era distrito. O fato foi tão badalado que os principais veículos de comunicação compareceram. O dia foi completado com a colocação da primeira placa da recém-denominada Rua Senador Flaquer – e com a presença do próprio José Luiz Flaquer.

Eloy Chaves, secretário da Justiça e da Segurança Pública do Estado, enviou como representante o seu ajudante de ordens, capitão Dantas Cortez. A comitiva paulistana, como era usual, veio de trem. Nos vagões, jornalistas paulistanos misturaram-se aos músicos de uma seção da banda da Força Pública, que abrilhantaram os festejos em Santo André. Deve ter sido uma bela manhã de domingo pelos trilhos da São Paulo Railway, a Inglesa.

O delegado de polícia da região, coronel Antonio Queiroz dos Santos, fez lavrar uma ata, assinada por pessoas que hoje denominam logradouros públicos. Alguns casos:

- Dr. Flaquer, senador estadual.

- Professor José Augusto Leite Franco, diretor do Grupo Escolar de Santo André.

- Prefeito Saladino.

- Alferes Alfredo Flaquer Sobrinho, subdelegado de Santo André.

- Elisa Flaquer, chamada carinhosamente de Elisinha Flaquer Cordes.

- Faustino da Silva, juiz de paz de Paranapiacaba.

- José Álvares de Lima, subdelegado de Rio Grande (hoje da Serra).

- Bernardino Queiroz dos Santos.

- Alfredo Angelini, primeiro suplente da Subdelegacia de Santo André.

- Coronel Augusto Gomes Pinto, presidente da Câmara Municipal de São Bernardo.

- Virgilio Golla, subdelegado de Ribeirão Pires.

- Nicolau Antonio Arnoni, escrivão da delegacia e jornalista.

- Dr. Alberto Benedetti.

- André Magini.

- Savino Degni.

- Ângelo Gaiarsa.

- José Pezzolo.

- Sylvio Cardoso Franco.

Entre os convidados, nomes até hoje familiares: Benedicto Firmo de Lima, secretário da Prefeitura; capitão Mario Flaquer; Victorino Dell’Antonia de Mauá, Vicente D’Angelo de São Bernardo.

Igualmente, sobrenomes que muitos de vocês já ouviram falar ou leram em placas de ruas: Beber, Galvão Bueno, Lima, Zerrenner, Lobo, Streiff.

Entre as senhoras e senhoritas presentes: Alexandrina Oliveira Assis, Amélia Marques de Assis, Elvira Meira Flaquer, Maria Borges Franco, Mathilde Bloem Martins, Nina Magini, Olésia Cardoso Franco, Olga Magini, Paschoalina de Queiroz, Paulina Isabel de Queiroz, Raphaela Assis Arnoni e Thereza Angelini.

De São Paulo, a presença de Luiz Cardoso Franco, diretor do Grupo Escolar do bairro de Santana – pelo sobrenome, parente dos Cardoso Franco de Santo André.

Entre os jornais que cobriram a inauguração estavam o Estadão, Correio Paulistano, Fanfulla e A Capital, mais as revistas Cigarra e Vida Moderna.

REGISTRO

Às 13h foi servido um lauto almoço na residência do delegado de polícia, Antonio Queiroz dos Santos, trocando-se amistosos brindes, como assinala o Correio Paulistano de 25-5-1916.

A DELEGACIA

Pela descrição dos jornais consultados, imaginamos que a nova Delpol ficava no casarão que ainda existe, na Queiroz dos Santos, esquina com a Bernardino de Campos, o eterno Nosso Bar, hoje propriedade de Nilton dos Santos Freire, que zela pessoalmente com todo carinho pelo patrimônio.

Cem anos depois...

O andreense Alberto Domingos Moretti, reportando-se ao centenário da Rua Senador Flaquer, antiga Rua do Teatro, relaciona personagens e equipamentos que marcaram a história da via, tantos anos depois da festa de 1916:

- Um senhor que vendia pinhão preparado em uma lata de óleo, quase em frente do Carlos Gomes.

- O eterno pipoqueiro. Uma enorme fila era formada para se comprar um saquinho de pipoca com ele. Mas você podia comprar também sem sair do cinema.

- Jânio, o eterno porteiro do Carlos Gomes.

- A alfaiataria do Sr. Américo Pinto Serra – meu falecido pai fazia terno com ele.

- A farmácia do Sr. Quinto – minha mão me levou lá várias vezes.

- Claro, o Colégio Senador Flaquer, onde estudei.

- Sem se esquecer do Restaurante Balderi, de tantas saudades.

Municípios Brasileiros

- Celebram aniversário hoje: Tombos, em Minas Gerais; Torres, no litoral do Rio Grande do Sul.

Municípios Paulistas

- Hoje é o aniversário de Jumirim, Nantes e Paulistânia.

Diário há 30 anos

Quarta-feira, 21 de maio de 1986 - ano 29, nº 6138

Diário – Circula o primeiro caderno de Automobilismo, com 12 páginas, em substituição às páginas sobre o tema encartadas desde 1980.

Hoje

- Dia da Língua Nacional

- Dia Mundial do Desenvolvimento Cultural

Santos do Dia

- Santo Eugênio de Mazemod (França, 1782 – 21-5-1861). Bispo. Fundador da congregação dos Oblatos de Maria Imaculada. Levou a palavra de Cristo aos camponeses pobres, aos prisioneiros e aos doentes abandonados, a todos dando os sacramentos como único meio de recompor os valores cristãos.

Colaboração: padre Evaldo César de Souza, CSsR

- São Cristovão de Magalhães

- Sinésio

- Benvenuto

- Valente

Nas Ondas do Rádio

Viagem no Tempo. Internet: www.viagemnotempo.net. Produção e apresentação: Marcelo Duarte.

Rádio ABC (1570). Causas Nobres. Ao vivo, no estúdio, o Jeda (Associação Civil, Projeto Juventude e Esperança do Amanhã). Produção: Luiz Carlos Gimenes; apresentação: Antonio Dalto. Hoje, às 10h.

Bandeirantes AM (840) e FM (90,9). Memória. Serestas, serenatas e seresteiros – quinto programa da série. Com vocês, Vicente Celestino, como conta o jornalista Milton Parron, diretor do Cedom (Centro de Documentação e Memória da Band), produtor e apresentador do Memória:

- Vicente Celestino, a Voz Orgulho do Brasil. Serão apresentadas oito de suas dezenas de músicas conhecidas nacionalmente e regravadas por dezenas de artistas ao longo dos anos, incluindo O Ébrio, que durante um ano e meio foi a música mais vendida e mais executada no Brasil. Tamanho foi o sucesso que Gilda de Abreu, também cantora lírica, produziu um filme com o mesmo nome protagonizado por Celestino, com o qual se casaria.

- O próprio Vicente Celestino falará de suas origens e de sua carreira.

- Também serão apresentados trechos de programas que ele tinha nas rádios Tupy/Tamoio Rio e São Paulo em 1952 onde suas músicas eram interpretadas ao vivo com presença de grande público no auditório das Associadas.

- O programa seleciona dois documentos raríssimos. Em um deles, Vicente Celestino e Orlando Silva visitam a Rádio Bandeirantes, em 1964, durante o programa Moraes Sarmento. No outro, Vicente Celestino responde perguntas de Dalva de Oliveira no programa César de Alencar da Nacional do Rio de Janeiro em 1963.

Hoje, às 23h, com reprise amanhã, às 5h. 




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