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Revistas usadas resistem ao tempo
Por Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
14/10/2007 | 07:15
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Sobrevivendo em tempos de internet e TV por assinatura, as bancas de revistas usadas continuam distribuindo cultura por um preço baixo nos centros das cidades da região.

Nelas, é possível encontrar pérolas do jornalismo nacional, como as revistas Realidade e Cruzeiro da década de 1960. E revistas especializadas de carros com o que havia de mais moderno naquele tempo: verdadeiras banheiras ultrapassadas nos dias de hoje.

E tem a pornografia. Revistas Playboy de épocas em que mesmo a nudez mais discreta. Com moças na capa que hoje fazem papéis de avós na TV.

É impossível olhar tantas capas sem recordar do próprio passado. Um assunto que você lembra. Um gibi que você lia. Ou uma Playboy que algum colega levou escondido à escola.

RARIDADES

Na Banca Mickey, no Centro de Santo André, há um exemplar da Revista da Semana, da década de 1930. E uma Fatos e Fotos de 1962.

Muito bacana para quem gosta de futebol: Pelé e Zagalo, abraçados, estampam a capa da publicação, que traz reportagem sobre a primeira vitória da Seleção Brasileira na Copa de 1962 (que terminou com o Bicampeonato do Brasil). “É questão de sorte. A revista certa para o leitor certo”, diz o proprietário, Milton Kairof.

Além dos exemplares raros, muita gente procura apenas distração. “Sabrina, Bianca, esses romances, ainda saem muito. As mulheres ainda gostam deles”, diz Kairof. Os gibis são comprados por gente que gosta de desenhar. “Pego revistas antigas para copiar os desenhos”, conta o auxiliar de cozinha Leandro Santos, 26 anos.

MULHERES

Segundo Douglas Batista Júnior, da Casa das Revistas, também do Centro de Santo André, as revistas de mulheres nuas respondem por 60% das vendas das bancas de usadas.

Batista diz que há um ranking nesse mercado. Playboy de estrelas como Cláudia Ohana, Yoná Magalhães, Maitê Proença, Beth Faria e Xuxa são valorizadas (no mínimo R$ 20 cada). Entretanto, Ida do vôlei, a cantora Marina Lima e a atriz Marisa Orth encalham nas bancas. Quem quiser, leva as três por R$ 6. “Elas encalharam nas bancas mesmo na época do lançamento. Hoje, ninguém as quer”, diz Batista.



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