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Colaboradores voltam com Oswaldo Dias ao poder
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
30/08/2009 | 07:00
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A volta de Oswaldo Dias (PT) à Prefeitura de Mauá coincidiu com o retorno de antigos colaboradores na prestação de serviços à administração. Nestes primeiros oito meses de governo, o Executivo fechou contratos com pelo menos cinco velhas conhecidas, sendo que três tiveram seus acordos anteriores questionados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

A contratação dessas empresas custaram mais de R$ 21 milhões apenas neste ano (veja arte ao lado). Procurada, a Prefeitura não se manifestou sobre o assunto.

O especialista em Licitações Ariosto Mila Peixoto avalia que o retorno das empresas pode ser explicado pela confiança que nutrem pela figura de Oswaldo como chefe do Executivo. "Pode acontecer que quando o gestor não estava no órgão, as empresas se afastaram e quando ele retornou, voltaram a competir. Isso não é comum, mas pode acontecer. Existem prefeitos que seguem linhas mais conservadoras e pagam o contrato em dia. Quando isso acontece, as empresas mostram mais interesse em participar. Quando esse gestor sai e entra outro, as empresas se afastam", afirmou.

Algumas dessas empresas, no entanto, tiveram problemas de pagamento com Oswaldo. A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), por exemplo, enfrentou dificuldades para receber as parcelas referentes à prestação de serviço do PSF (Programa saúde da família) na segunda gestão do petista e ainda teve o contrato julgado irregular no TCE. O prefeito deixou de repassar R$ 3,6 milhões para a conveniada em 2004 - último ano de sua última gestão.

Ele ainda teria alterado um valor de repasse para a instituição de R$ 1,44 milhão para R$ 1,23 milhão. Além disso, ao sair do Executivo, deixou duas parcelas do contrato, referentes aos meses de novembro e dezembro, como herança para o prefeito interino Diniz Lopes, atualmente integrante da cúpula governista.

Essas dívidas fizeram com que a entidade declinasse esse ano de um novo acordo. A SPDM (sigla de Associação para o Desenvolvimento de Medicina), braço da Unifesp, assumiu o contrato pelo mesmo valor e período. Além da Unifesp os contratos com Consladel para o manutenção de radares e com a Geométrica para projetos de obras também foram questionados pelo tribunal.

Peixoto alerta ainda que a mudança no tipo de serviço oferecido, caso da merenda escolar que no governo anterior era terceirizada e agora voltou a ser feita pelas merendeiras da cidade, poderia explicar a volta das empresas. "O serviço de elaborar a comida, no qual não apenas se fornece o alimento, tem um outro universo de empresas, pois é um seguimento totalmente diferente", declarou.




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