A 100 dias do início dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro ainda tem muito trabalho para entregar tudo o que prometeu. A Linha 4 do metrô não está pronta, o velódromo tem o cronograma de obras atrasado e o Engenhão passa por reformas sem prazo para ser entregue. Até mesmo as instalações consideradas prontas estão inacabadas.
Um exemplo é o estádio Aquático Olímpico, inaugurado às pressas no início do mês para poder sediar o Troféu Maria Lenk. A competição, uma das mais importantes do calendário nacional, foi fechada ao público e disputada em meio a obras na arena, o que limitou até mesmo o uso de banheiros. Apesar disso, a Prefeitura do Rio anuncia que a obra está com índice de execução de "100%".
O Engenhão é uma das estruturas que já existiam antes mesmo de o Rio ser escolhido como sede da Olimpíada, em 2009. Mas o estádio construído para o Pan de 2007 e que sediará as competições de atletismo e parte da disputa do futebol passa por intensa reforma. Ao custo de R$ 52 milhões, 15 mil cadeiras temporárias estão sendo instaladas atrás dos gols.
A pista de atletismo será trocada. A partir de 16 de maio, o local receberá o Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, que servirá como evento-teste, e, provavelmente, a competição será disputada em condições semelhantes às registradas no Troféu Maria Lenk.
A situação do velódromo, no Parque Olímpico da Barra, é a que mais preocupa. A obra, cujo custo atingiu R$ 143 milhões em janeiro deste ano após aditivo de R$ 24,8 milhões, está com 85% de conclusão. O cronograma original previa inauguração ainda no ano passado. O evento-teste marcado para o fim deste mês foi cancelado.
Dentre as obras "não olímpicas", mas necessárias principalmente ao funcionamento do plano de mobilidade durante os Jogos, a finalização do trecho olímpico do metrô é a que requer maior atenção. O governo do Estado tem repetido que a obra será entregue em julho - não há data estipulada -, mas o prazo apertado é motivo de preocupação porque qualquer imprevisto fará com que o metrô não circule antes do início da Olimpíada, em 5 de agosto.
Além disso, a queda de um trecho da ciclovia na Avenida Niemeyer na semana passada, que matou duas pessoas, levantou dúvidas na comunidade internacional sobre a qualidade das obras.
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