A situação política do País afeta demais o clima nas empresas. Sob a ótica de investimento, a maioria dos empresários está segurando grandes projetos. Então, áreas que existiam para fazer gestão de mudanças ou executar projetos ficam mais ociosas neste momento.

Sob a perspectiva orçamentária, é hora de enxugar custos e isso cria um clima mais duro e espartano nas empresas. Sob a ótica da gestão, é um momento complexo.... Isso porque aos gestores cabe permitir a expressão de diferentes pontos de vista e. neste momento, as leituras ficam mais contundentes.

A etiqueta corporativa prega cuidado na forma de falar. Você pode expressar sua opinião, mas tem de ser cuidadoso para não ser ofensivo.

Você deve sempre pensar que as pessoas se aproximam e se afastam de você de acordo como elas o percebem. Obviamente, as pessoas apreciam quem se posiciona, mas quem o faz de forma respeitosa com quem pensa diferente. Logo, é importante ter cuidado.

Neste momento, podemos ver quem sustenta sua opinião com bons argumentos. Quem fica calado, não se compromete. Há uma sabedoria em calar e falar. Portanto, tanto o que fala quanto o que cala podem ser bem-vistos, de acordo com a forma e o momento em que age da forma correta.

Quando falamos de redes sociais, elas sempre devem ser usadas com cuidado, pois elas expõem de forma massificada sua vida e sua opinião. Eu, particularmente, prefiro cuidar de emitir opiniões políticas em um contexto de maior controle que permite o diálogo.

Um grupo de WhatsApp, por exemplo, permite réplica e tréplica para uma opinião emitida e fica mais restrito ao público do grupo. O Facebook, por exemplo, permite o diálogo por meio de comentários e respostas, mas fica muito público. Discutir política neste contexto é mais complexo, pois tem variáveis com nível de controle muito menor. Você não sabe o que a pessoa pode comentar e o alcance que isso pode ter para s sua imagem.

Fique atento e se preserve sempre. O desfecho político afetará diretamente a economia e a percepção de investidores no País. Neste contexto, só no médio prazo a saúde da economia do País pode melhorar. A questão da gestão de conflitos e opiniões divergentes nunca irá parar, com ou sem uma política apimentada. Cabe aos líderes desenvolverem a competência de gestão de conflitos.

Siga confiante e boa sorte!

* Cíntia Bortotto é consultora em RH, psicóloga pela PUC-SP, especialista em recursos humanos pela FGV, em dinâmicas de grupo pela Associação Brasileira de Dinâmicas de Grupo, com MBA em Gestão de Negócios, também pela FGV. Como executiva de sucesso, atuou em grandes empresas, como Otis, Unilever e Bombril – www.cintiabortotto.com.br