Política Titulo Mais uma baixa
Suplente deixa PT de S.Caetano e abre crise no partido

Ricardo Rios vai para o PR e enfraquece chapa de vereadores da sigla; dirigente critica

Júnior Carvalho
09/04/2016 | 07:00
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O PT de São Caetano enfrentará mais uma crise interna para a eleição de outubro. Primeiro suplente da legenda, Ricardo Rios decidiu deixar o partido e se filiar no PR, do vereador e pré-candidato ao Paço Fábio Palacio.

Oficialmente, sua saída é atribuída à crise interna no PT por conta do desgaste do partido com o envolvimento em corrupção na Petrobras e à histórica rejeição que a legenda tem em São Caetano – nunca governou a cidade.

Internamente, porém, petistas admitem que o isolamento da sigla no cenário local contribuiu com a desfiliação do suplente. Apesar de ter feito parte da base de sustentação do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) na Câmara, o PT foi a única legenda governista que ficou de fora da estratégia do governo na formação de alianças. “Foi uma decisão difícil, mas não tem como construir um projeto no PT de São Caetano com toda essa conjuntura do partido. A legenda não se renovou e isso dificultou a gente ficar. Mas me coloco responsável por isso”, justificou o agora republicano.

Petista histórico – estava filiado desde 1989 –, Rios assinou com o PR de última hora, no dia 2, quando se encerrou o prazo para trocas partidárias com vistas à eleição de outubro. A saída do suplente já era especulada desde o ano passado, quando o único vereador da sigla, Pio Mielo, admitiu que trocaria o PT pelo PMDB.

A desfiliação de Rios foi encarada com apreensão pelo petismo da cidade, uma vez que ele era a principal aposta do partido na disputa por cadeira na Câmara. Além da saída de Pio, o partido também teve de lidar com a aposentadoria política dos ex-vereadores Hamilton Lacerda e Vera Severiano. Prefeiturável do PT são-caetanense em 2008, Jayme Tortorello foi para o PTB.

Presidente do PT local e provável escolhido do partido como candidato ao Palácio da Cerâmica, Márcio Della Bella disparou contra a decisão do ex-correligionário. “Ainda não fui comunicado oficialmente (sobre a saída de Rios). Ele não teve coragem de me informar, por isso não vou ficar chorando pelas pessoas que saíram do PT, vou tocar minha vida e organizar o partido para a eleição”, criticou o dirigente, que colocou em xeque a filiação do suplente no PR. “Para mim, ele fez de forma irregular, fora do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral”, disse.

O PT de São Caetano coleciona sucessivos fracassos ao longo de sua história. Em 2012, o partido abriu mão de candidatura ao Paço depois que o então vereador e pré-candidato da sigla a prefeito, Edgar Nóbrega (hoje no PDT), apareceu em vídeo supostamente negociando apoio com o governo. 




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