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Presidente do Chipre herda tarefa da reunificação
Por Da AFP
17/02/2003 | 11:02
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Tassos Papadopulos, eleito neste domingo presidente do Chipre, terá de enfrentar o quanto antes as difíceis negociações de reunificação da ilha e os debates sobre um plano de paz apresentado pela ONU, que deverá sofrer ajustes tanto por parte dos turco-cipriotas quanto greco-cipriotas antes do dia 28 de fevereiro.

Autoridades turco-cipriotas demonstraram esta segunda-feira seu pessimismo sobre as possibilidade de chegar a um acordo para a reunificação da ilha, depois da eleição de Papadopulos, considerado um greco-cipriota de "linha dura".

"Foi a posição intransigente do povo greco-cipriota que venceu", afirmou um dia depois das eleições Rauf Denktash, que dirige a República Turca do Norte do Chipre (RTCN, reconhecida unicamente pela Turquia).

Denktash, que classifica o novo dirigente greco-cipriota "de ultranacionalista", pediu a adoção de uma postura "realista" e o "abandono dos sonhos" que só servem para comprometer as possibilidades de um acordo de reunificação na ilha.

Este também expressou seu desejo de que o novo presidente do setor Sul do Chipre (internacionalmente reconhecido) trabalhe para fechar um acordo "realista e equilibrado".

Entretanto, Denktash falou sobre um "impasse" nas negociações que estão sendo realizadas com o atual presidente greco-cipriota, Glafcos Clerides, sobre os termos de um plano de paz proposto pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

"Clerides rejeitou todas nossas propostas sobre o plano Annan. Parecia que aceitaria o plano, mas no final foi hostil", segundo Denktash. O primeiro-ministro turco-cipriota Dervis Eroglu também se declarou pessimista em relação ao futuro das negociações intercipriotas depois da votação do último domingo.

"A eleição de Papadopulos afastou as possibilidades de um acordo", disse, avaliando que o novo presidente greco-cipriotoa vai precisar de tempo para preparar seu trabalho, o que atrasa as negociações em andamento.

Em princípio, a ONU deu prazo até 28 de fevereiro para que as partes firmem um acordo de paz nesta ilha dividida. Até então, os greco-cipriotas e os turco-cipriotas terão que discutir o plano de reunificação proposto por Annan, para permitir que o Chipre, unido e em paz, firme o tratado de adesão à União Européia (UE) em abril próximo, em Atenas.

Uma reunião entre Denktash e Clerides, prevista para segunda-feira, foi cancelada a pedido deste último, afirmaram fontes turco-cipriotas.

O Chipre está dividido desde 1974, quando o Exército turco invadiu o terço ao Norte da ilha em resposta ao golpe de Estado ultranacionalista greco-cipriota apoiado pela junta no poder em Atenas, que queria anexar a ilha à Grécia.




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