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Lauro ordena saída de Buiú da Prefeitura e depois recua

Verde discordou de entrada de aliado ao PEN, que disputará vereança; desistiu no dia seguinte

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
31/03/2016 | 07:00
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O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), reconheceu ontem recuo em sua própria decisão de demitir o ex-prefeiturável e atual diretor de Cultura da gestão, Edvan Rodrigues de Souza, o Buiú da Praça, recém-filiado ao PEN, um dia depois de comunicado oficial interno.

Na terça-feira, durante horário de expediente, Buiú recebeu ligação do secretário de Gestão de Pessoas, Gesiel Duarte (PV), informando seu desligamento do Paço, sem justificativas. No mesmo dia, Gesiel também indicou a saída de outros integrantes do governo ligados a Buiú. Entre eles, o coordenador de campanha do ex-artista do SBT em 2012, Cícero Lima.

Conforme apuração do Diário, decisão de Lauro foi motivada após entrada de Buiú ao PEN, ocorrida na semana passada. Ele estava no PP. O chefe do Executivo queria filiação dele ao PSB, recém-integrado ao arco de aliados do governo e que está sob comando do secretário de Educação e seu primo, Marcos Michels. O objetivo do verde é inflar a legenda socialista para o processo eleitoral de outubro. Buiú teria, no entanto, confirmado que filiação poderia colocar em risco sua eleição à Câmara.

“O que houve com o Buiú foi um erro nosso, que já foi corrigido. Não tenho mais o que falar sobre isso. A situação dele é diferenciada dos demais que foram exonerados. Com ele, conto para o apoio na eleição de outubro”, justificou Lauro.

No pleito de 2012, o comediante concorreu ao Paço de Diadema pelo PMN, ficando em quarto lugar, recebendo 3.652 votos. No segundo turno, anunciou apoio à campanha de Lauro, que saiu vitorioso no embate com o então prefeito Mário Reali (PT). Em janeiro de 2013, foi nomeado diretor de Cultura, cargo no segundo escalão da gestão. Ele deve se desligar em breve para concorrer a uma cadeira na Câmara, conforme rege legislação eleitoral.

Sobre o episódio, Buiú minimizou polêmica e garantiu que mantém posicionamento político em apoiar o verde. “Acredito que aconteceu um mal-entendido. O PEN me convidou para seguir na aliança com o prefeito. Tudo o que ocorreu não mudará nada. Hoje (ontem) trabalhei normalmente”, argumentou.

Por outro lado, o ex-prefeiturável admitiu mágoa com a demissão de seus aliados. “Não posso alterar decisão do prefeito, mas confesso que fiquei chateado, principalmente com o caso do Lima. Ele tem um projeto importante na cidade e sempre trabalhou corretamente”, adicionou.

Servidores aceitam proposta de reajuste

Os 7.500 servidores de Diadema aceitaram ontem a proposta de reajuste salarial, elaborada pelo prefeito Lauro Michels (PV), para o exercício deste ano, fixada em 14,44%, sendo 10,2% referentes à inflação deste ano e mais 4,24% de saldo não depositado em 2015.

O acordo foi selado entre integrantes do governo e diretoria do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos), sendo oficializada em assembleia na sede do sindicato da categoria horas depois, com a presença aproximada de 200 pessoas.

O plano do governo propôs repassar 4,24% em abril e dividir o restante em três parcelas (duas de 2,46% para junho e setembro) e 4,98% em dezembro.
“Foi o que deu para fazer. Reunimos todo o nosso esforço”, detalhou Lauro, sem especificar impacto financeiro à folha de pagamento.

O acordo impediu o que poderia ser a segunda paralisação da categoria em dois anos de gestão. Sindema já havia determinado que eventual discordância com a proposta ocasionaria em greve, a ser iniciada no dia 6. No ano passado, servidores cruzaram os braços por 13 dias.

O presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, argumentou que percentual deve provocar impacto de R$ 37 milhões a mais na folha. “Foi uma vitória da nossa categoria ter conseguido um percentual que atendesse. Foi um trabalho que exigiu muita pressão e teve retorno”, disse. 




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