Política Titulo Mauá
PT libera Donisete a asfaltar Betão na vice

Defensores de chapa pura abrem mão de brigar por vaga; vereador não é consenso

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
22/03/2016 | 07:00
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A ala interna do PT de Mauá adepta da proposta de o prefeito Donisete Braga (PT) optar por chapa pura para disputar a reeleição, em outubro, recuou. No domingo, os petistas que vinham se colocando como possíveis companheiros de chapa do chefe do Executivo decidiram abrir mão dos projetos e liberar o governo a asfaltar chapa mista, tendo o nome do vereador Alberto Betão Pereira Justino (PTB) como preferido do Paço mauaense.

Desistiram das pré-candidaturas o vereador licenciado e atual superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Paulo Suares, a ouvidora municipal, Celma Dias, mulher do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT), e o sindicalista Ivo Motta. A decisão finalmente atende a interesses do governo Donisete, que há meses tentava convencer a militância de que, na atual crise institucional pela qual passa o PT, é necessário escolher chapa mista.

A primeira sinalização positiva foi na segunda-feira, durante reunião do diretório do PT. Na ocasião, alguns petistas concordaram em dar aval para que Donisete negocie a vaga de vice com os partidos aliados, enquanto que outros persistiram na tese de dois nomes do PT na dobrada.

Quase uma semana depois deste encontro, os opositores de chapa mista decidiram abandonar a briga interna. Alguns petistas avaliam que o delicado cenário político nacional que tem enfraquecido o PT, o governo da presidente Dilma Rousseff e o principal líder do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (a presidente é alvo de processo de impeachment e Lula tem pedido de prisão preventiva no âmbito da Operação Lava Jato) levou os patrocinadores de chapa pura a voltarem atrás. Outros acreditam que a desistência se deu porque há certo senso comum de que Donisete não está disposto a abrir mão da chapa mista.

Sobre a escolha pelo nome de Betão, o prefeito ponderou. “Não está colocado o nome de ninguém (para ocupar a vaga de candidato a vice)”, sustentou. O petista tem tido essa cautela depois de ter enfrentado resistência ao nome de Betão no núcleo duro do PT mauaense e até por parte de alguns partidos aliados. Além do apoio do PTB, Donisete possui adesão do PTdoB, PRB, PDT, Pros, PV e PPS.

FATOR VOLPI
Encontro entre o ex-prefeito de Ribeirão Pires e pré-candidato do PSDB ao Paço mauaense, Clóvis Volpi, com Donisete e o presidente paulista do PTB, deputado estadual Campos Machado, na quinta-feira, esquentou os bastidores. Há quem cogita possível retorno de Volpi ao PTB para ser vice de Donisete. Fontes do governo ouvidas pelo Diário, porém, refutaram essa hipótese, argumentando que a existência da candidatura do tucano tiraria votos da oposição, encabeçada pelo deputado estadual Atila Jacomussi (PSB), beneficiando o Paço. O prefeito também negou essa eventual aliança. “Isso não existe e não está colocado em discussão.” 

PCdoB estadual contraria Atila

Nota divulgada pelo diretório estadual do PCdoB contrariou o deputado estadual e pré-candidato ao Paço de Mauá Atila Jacomussi, que deixou o partido na semana passada e se filiou ao PSB.

O anúncio feito pelo parlamentar na quarta-feira de que terá apoio incondicional do partido mesmo tendo saído da sigla não foi corroborado pela cúpula do PCdoB paulista. Em comunicado assinado pelo secretariado do comitê do PCdoB de São Paulo, divulgado no site oficial da legenda, a agremiação diz considerar “incoerente a desfiliação” de Atila Jacomussi e cita que o parlamentar teve “votação insuficiente para garantir o mandato sozinho” – foi eleito por quociente partidário, isso é, com as sobras dos votos depositados no partido.

Na nota, a sigla não diz com clareza, porém, se manterá o apoio ao parlamentar na disputa pela sucessão do prefeito Donisete Braga (PT). “Continuaremos nossa trajetória em Mauá, no Estado e no Brasil defendendo a democracia, a soberania nacional e os direitos do povo, assim como nossos princípios socialistas”, afirma o texto. Em fevereiro, o presidente estadual do PCdoB, deputado federal Orlando Silva, foi taxativo: “Não há volta (na relação) com o PT de Mauá”.




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