Além do atraso dos salários de janeiro, o Hospital Puer, antigo Neomater, também não tem cumprido o pagamento de benefícios ao funcionalismo. Os 310 empregados do local estão sem receber vale-transporte desde o mês passado. A cesta básica está atrasada há pelo menos dois meses. A empresa prometeu regularizar a situação até amanhã.

O bloqueio das contas do hospital pela Justiça para a quitação de ações judiciais de ex-trabalhadores da maternidade fez com que o benefício referente ao transporte, que seria pago no dia 10, não chegasse aos trabalhadores.

Para evitar prejuízos ao quadro, a empresa diz pagar diariamente, em dinheiro, o total gasto por cada um dos profissionais na locomoção. A Puer explica que o servidor deve procurar o departamento de Recursos Humanos para receber o montante.

A nova administração promete que, além do pagamento do valor retroativo na quinta-feira, o pagamento do vale-transporte para o mês de março será efetuado na sexta, assim como a regularização dos salários.

GREVE
O atraso do pagamento e dos benefícios tem feito com que parte dos funcionários falte ao trabalho. O SindSaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimento Privados de Saúde) afirma que ontem de manhã apenas 10% do quadro compareceram para cumprir a jornada. Servidores chegaram, inclusive, a cogitar a possibilidade de paralisação total, fato descartado pelo sindicato.

Segundo o presidente da entidade, Waldir Tadeu David, a decisão, neste momento, só ajudaria a empresa. "A demanda do hospital está baixa. Se os trabalhadores param agora perdem o direito a receber salário e isso só ajudaria o empregador" atesta.

Para resolver o problema, o sindicalista aposta na articulação geral dos funcionários. "É necessária organização. Os trabalhadores que estão lá, cumprindo horário, ainda esperam receber."