Setecidades Titulo Ribeirão Pires
Projeto da Fábrica de Sal é retirado
Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
17/03/2016 | 07:07
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O projeto que autoriza a construção de shopping center no terreno da Fábrica de Sal, no Centro Alto de Ribeirão Pires, foi retirado da Câmara dos Vereadores na tarde de ontem. Conforme a Prefeitura, que é autora do texto, o intuito é realizar consulta popular.

Segundo a administração, a ação deve determinar definitivamente se o projeto vai permanecer na casa ou ser cancelado. “Enquanto isso, não haverá votação da matéria”, disse o Executivo, em nota.

A previsão anterior era de que a votação acontecesse na próxima semana, já que o vereador e líder de governo, Hércules Giarola (PR), solicitou que a votação fosse adiada. Na ocasião ele relatou que não haveria votos suficientes para a aprovação do projeto, que precisa de apoio de dois terços dos parlamentares. Ele também mencionou reunião com o Executivo.

O vereador Renato Foresto (PT), um dos principais nomes contra o projeto, afirmou que a intenção do Executivo é fazer alterações no texto, “O que entendi é que eles vão fazer isso para diminuir algumas resistências que vereadores possam ter. A última sessão foi dura para o governo, incitei os colegas a se posicionarem em relação ao assunto e temos sete vereadores contra dez. Ele precisaria de 12 votos a favor, então ficou mais difícil ainda”, explicou.

Foresto também reafirmou que, mesmo que o projeto traga alteração se comprometendo a preservar o prédio histórico, ele continua contra. “Naquele local, não vou ser a favor da construção do shopping. É uma área histórica, com escola e biblioteca. Outra coisa, sou a favor de incentivos, como a isenção de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que é justo e válido. Agora, doar uma área pública é muito grave em época de eleição.”

O projeto 004/2016 fala sobre a concessão da área pelo período de 99 anos para a construção do shopping center. No terreno está o prédio da Fábrica de Sal, que abrigou o primeiro moinho de trigo do Estado de São Paulo e atualmente está em processo de estudo de tombamento pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), do governo estadual. O prédio tem ocupações culturais aos fins de semana, promovidas pelo Coletivo Sal da Terra, e atualmente está interditado pela Defesa Civil.  




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