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Imóvel alvo da PF contém material de filho de Lula

Itens de campanha do vereador Marcos Lula estão
no local, em S.Bernardo, investigado pela Lava Jato

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande
16/03/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Alvo de busca e apreensão por parte da PF (Polícia Federal), um imóvel em São Bernardo, localizado na Rua Domício Afonso Gama, Vila Damásio, próximo ao Centro, é apontado como subsede do Instituto Lula e contém em seu interior materiais de campanha eleitoral do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o vereador são-bernardense de primeiro mandato Marcos Lula (PT). Até então, nunca havia sido cogitada pela direção a existência de outra unidade da entidade – criada em 2011 – além daquela localizada originalmente no bairro Ipiranga, na Capital.

A PF investiga a finalidade do espaço. O local foi questionado nominalmente por agentes no dia 4, durante oitiva do ex-presidente em uma das sedes da instituição no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na abertura da 24ª fase da Operação da Lava Jato, em que Lula foi conduzido por meio de mandado coercitivo – quando é obrigado a depor. Há informações de que o afastamento do sigilo fiscal do Instituto Lula relevou pagamento mensal de aluguel à residência em São Bernardo, que fica nas proximidades do apartamento do líder petista. “Esta provável sede alternativa pode ser o local onde ocorreu uma suposta reunião, no dia 18 de fevereiro, com políticos vinculados ao PT, consoantes notícias de imprensa”, citou o MPF (Ministério Público Federal), na peça de investigação.

No depoimento, Lula afirmou desconhecer outros estabelecimentos como dependência do instituto, frisando, inclusive, não saber onde fica a Vila Damásio.

O Diário esteve na tarde de ontem no local, por volta das 16h. Trata-se de um sobrado, aparentemente com amplo espaço interno, garagem e varanda. A campainha foi acionada três vezes pela equipe do Diário, mas ninguém atendeu as tentativas de contato, embora foi constatado que televisão na sala de estar estava ligada, além de luz acesa na cozinha. Havia também materiais de limpeza no quintal.

Na parte superior da casa, entre os quartos e o muro de divisa, verificou-se placas publicitárias com propagandas políticas de Marcos Lula, referentes ao pleito municipal de 2012, quando se elegeu vereador ao receber 3.882 votos.

No bairro, alguns vizinhos da residência, que pediram para não ser identificados, comentaram que o local é frequentado por seguranças do ex-presidente, embora admitam que realizam pouca interação com os ocupantes da casa. Segundo eles, a rotina dos moradores é de pouca presença nos arredores.

O Diário enviou ontem e-mail questionando o Instituto Lula sobre ligação com o imóvel de São Bernardo. Entrou em contato também por telefone com o setor de Comunicação. Porém, não obteve retorno. O vereador Marcos Lula também foi procurado pela equipe de reportagem para comentar o assunto, mas não foi localizado. 

Marinho vê com entusiasmo ida de líder petista à Esplanada

Um dos afilhados políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), enfatizou ontem que vê “com entusiasmo” o ingresso do líder petista no ministério da presidente Dilma Rousseff (PT).

O prefeito evitou comentar a ida de Lula como estratégia em obter foro privilegiado sendo julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), abordando apenas auxílio no trabalho de governabilidade de Dilma. O ex-presidente é alvo da Operação Lava Jato, conduzido pela Polícia Federal, que investiga esquema de corrupção na Petrobras para abastecer campanhas eleitorais.

“Apesar de ser uma decisão que cabe apenas a presidente Dilma e ao Lula, vejo com entusiasmo, pois conhecemos a capacidade de gestão dele, sua energia e o que ele pode agregar de ousadia para o governo sair da situação que está”, pontuou Marinho. Lula se direcionou ontem à Esplanada para tratar com Dilma a entrada em seu primeiro escalão, provavelmente na Secretaria de Governo, hoje ocupada por Ricardo Berzoini (PT).

Para Marinho, o atual momento do governo Dilma é de fragilidade, detalhando acreditar que a reversão deverá acontecer a partir da ida do ex-presidente. “Nós estamos em momento de dificuldade. Se não houver cabeças novas para conduzir novo rumo, continuaremos na mesma situação.” Ele rechaçou que possível nomeação diminuirá o poder de Dilma. “Eles já trabalharam juntos (de 2002 a 2010 quando a atual chefe do Executivo foi ministra do governo federal). É possível combinar bem o jogo, preservando a autoridade e o papel da Presidência da República.” (colaborou Nelson Donato)




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