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Grande ABC tem 11 obras inacabadas
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
03/01/2005 | 17:25
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Governo do Estado e prefeituras deixaram de investir pelo menos R$ 5,5 milhões no Grande ABC em 2004. Esse é o valor estimado para conclusão de seis das 11 obras de grande porte que deveriam ser inauguradas até o fim do ano passado em seis das sete cidades da região – Rio Grande da Serra é a exceção. A maioria dos empreendimentos, como o bulevar que interliga o Centro de Mauá à avenida Capitão João e a alça de acesso entre a avenida Luigi Papaiz e a rodovia dos Imigrantes, em Diadema, está parada por razões burocráticas.

Em outros casos, as obras continuam, mas com atrasos. O CDP (Centro de Detenção Provisória) de Diadema deveria ter sido entregue em agosto do ano passado. O prazo foi prorrogado duas vezes. Em sua última promessa, o governo do Estado disse que a carceragem ficará pronta em março. Com a desativação da única cadeia da cidade, em abril de 2004, Diadema passou a exportar seus presos para CDPs espalhados por cidades vizinhas da Região Metropolitana de São Paulo.

Outra promessa antiga feita pelo governo estadual é a construção de dois piscinões no Grande ABC: um em São Caetano, na margem da avenida Guido Aliberti; e outro em São Bernardo, próximo do entroncamento entre a avenida Lions e a via Anchieta. Juntos, os dois piscinões terão capacidade para reter 615 mil m³ de água proveniente do transbordo dos ribeirões dos Couros e dos Meninos, vilões em dias de chuva. Os reservatórios que deveriam ser entregues em junho do ano passado ficam prontos neste mês ou no próximo.

No início de dezembro, a região sentiu a falta dos dois piscinões quando o ribeirão dos Couros transbordou na altura do Km 13 da Anchieta e travou o trânsito nos dois sentidos da rodovia. Carros ficaram submersos e um motorista teve de ser resgatado de helicóptero.

O governo do Estado não se pronunciou sobre os motivos que acarretaram o atraso na construção dos dois piscinões e do CDP de Diadema.

Prefeituras – As prefeituras também não cumpriram promessas em 2004. Na maioria dos casos, os empreendimentos se perderam em meio a entraves burocráticos. É o caso do bulevar que interliga o Centro de Mauá a avenida Capitão João. O término dos trabalhos está condicionado à autorização da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), já que a passarela foi projetada para passar sobre a malha ferroviária.

A Prefeitura admite que o pedido à CPTM foi feito apenas há dois meses, após o início das obras da passarela, e ainda está sob análise da companhia. Na primeira fase da obra, que prevê o bulevar, foi rebaixada a avenida, que ganhou um calçadão.

Entrave semelhante ocorreu durante a finalização da alça de interligação entre a avenida Luigi Papaiz e a rodovia dos Imigrantes, em Diadema. A poucos dias de concluir o trabalho, em outubro, a Prefeitura foi surpreendida por um embargo impetrado pela Ecovias, que administra a estrada. Dos R$ 480 mil previstos, R$ 300 mil já haviam sido investidos na obra.

O embargo foi fundamentado em laudo que constatou que a alça não previa sinalização nos mesmos padrões da rodovia dos Imigrantes. Hoje, a alternativa mais próxima de acesso à via está a 1,5 km. No horário de rush, o percurso pode durar até 30 minutos. "É um caminho complicado para ser percorrido de caminhão. Torço para que a situação seja resolvida", diz o caminhoneiro Valdoir Alves, 45 anos, que uma vez por mês deixa Rio Grande do Sul, onde mora, em direção às indústrias de Diadema.

Em Ribeirão Pires, era aguardada para setembro de 2004 a inauguração do primeiro centro de convenções público do Grande ABC. O atraso no repasse de verbas pelo governo do Estado – no valor de R$ 533 mil – e a necessidade de realização de obras emergenciais, adiaram o prazo para fevereiro deste ano. Em São Caetano, R$ 990 mil que custeariam a reconstrução da ponte que liga a cidade à capital ainda estão guardados. Há dois anos, o Estado e as duas prefeituras das cidades envolvidas não se entendem e a obra não é iniciada.

Em Santo André, estão atrasadas as obras do Centro de Formação Profissional em Hotelaria e Gastronomia e a inauguração parcial do Parque Central, os dois no bairro Paraíso. O primeiro, anunciado em fevereiro de 2003, era aguardado para o fim de 2004, mas ainda não saiu do papel. O mesmo ocorreu com o parque, que deveria ser aberto parcialmente até o fim deste mês. Segundo a secretária de Obras da cidade, Miriam Blóis, a Prefeitura optou pela inauguração total do espaço no primeiro semestre de 2005.

Santo André também não cumpriu seu compromisso de inaugurar dois Cesas (Centros Educacionais de Santo André). As unidades do Parque Erasmo Assunção e da Vila Palmares eram aguardadas para o fim de 2004, mas mudanças no projeto adiaram a inauguração entre fevereiro e março. Segundo a Prefeitura, o Cesa do Parque Erasmo ganhará dez salas de aula além do previsto e o da Vila Palmares teve de passar por mudanças estruturais por conta das piscinas previstas no espaço.




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