Para muitos dos vereadores a sessão foi prejudicada pela ausência dos assessores, que cruzaram os braços, dando fim ao trabalho voluntário que vinha sendo prestado desde o começo da gestão. A não votação confirmou os rumores de que a sessão não colocaria nenhuma das matérias em deliberação dos parlamentares.
O Legislativo aguarda julgamento dos recursos apresentados ao Tribunal de Justiça, que em 2000 concedeu uma liminar ao Ministério Público ocasionando a diminuição do número de assessores de no máximo 21 para apenas quatro. O promotor Fernando Belaz foi quem moveu a ação civil pública com pedido de liminar, solicitando o afastamento dos assessores e a condenação dos 21 vereadores por improbidade administrativa (má-fé no trato com a coisa pública).
Antes da sessão, parlamentares petistas declararam que os projetos não seriam votados e que isso seria consenso entre as bancadas de oposição e de sustentação. “Se entrar qualquer projeto, eu voto contra”, disse Tião Matheus.
O presidente da Câmara, José Walter Tavares (PL), disse que o prejuízo “não foi tão grande”. No entanto, o liberal declarou que, futuramente, a falta de assessores em relação aos projetos encaminhados pela Casa pode representar maiores problemas para o Legislativo.
Houve apenas uma votação, a que prorrogou o prazo para análise de um projeto do Executivo (sobre a aplicação dos recursos financeiros do município) por parte da comissão de Justiça e Redação. A pedido dos governistas Orlando Morando (PSB) e Tunico Vieira (PMDB), o parecer da comissão foi adiado por duas sessões.
Para o vereador Edinho Montemor (PSB), era impossível a votação das matérias, entre elas, dois vetos da Prefeitura. “Sem a assessoria é muito difícil que projetos entrem em votação, mesmo porque os assessores que eram advogados davam pareceres jurídicos aos nossos projetos, mesmo com a apreciação da assessoria jurídica da própria Câmara.”
Nem mesmo uma moção de repúdio contra a saída da Multibrás da cidade entrou em votação, porém, sob a alegação de que membros dos sindicatos solicitaram que ela fosse colocada em pauta na próxima semana.
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