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Vila São Pedro enfrenta seca crônica
Bruno Ribeiro
Especial para o Diário
15/12/2005 | 08:10
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A falta de água é um problema crônico na Vila São Pedro, em São Bernardo, de acordo com os moradores. Eles se dividem em dois “tipos”: os que têm o fornecimento regularizado, e sofrem pela falta de pressão da água – sem força para alcançar as caixas d’água – e os que ainda não têm a situação regularizada, e precisam improvisar as mais diversas formas de trazer a água até as torneiras de casa. Todos eles reclamam que, além de precário, o abastecimento é irregular, chegando a ser interrompido até quatro vezes durante a semana.

Os moradores com situação regular afirmam que as torneiras já chegaram a ficar secas por 20 dias, durante o mês passado. “Cansei de ligar para a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), pedir caminhão pipa. Foi um sufoco”, diz a moradora Ilma Adriana Aguiar, 34 anos, moradora da avenida Dom Pedro de Alcântara. Ela afirma que nunca houve um longo período de abastecimento contínuo em sua casa, e que a água que chega não tem pressão suficiente para ir até a caixa d’água, onde poderia ser melhor armazenada.

A população acredita que um abastecimento de tão baixa qualidade pode ser resultado das inúmeras ligações clandestinas que a rede da região possui. Boa parte das casas localizadas no alto do bairro – uma região de morros muito íngremes – não tem água encanada, e é abastecida por meio de gambiarras. Um exemplo assim é na rua Vasco da Gama, última rua antes da divisa com Santo André. Lá, as ligações clandestinas levam a água a uma pequena piscina, localizada no alto do morro. Esse minirreservatório é o que garante água para os moradores, que a puxam de lá com uma bomba até as caixas d’água. A água da piscina, que fica descoberta, é suja e cheia de insetos.

“A água só chega à piscina em dias frios. Em dias quentes, quando o consumo é maior, as gambiarras impedem a água de vir até aqui, que é bem alto. Aí não tem jeito. Ficamos na secura”, afirma a dona-de-casa Silvia Neris Gamba, 31 anos.

O abastecimento desregular da parte alta da Vila São Pedro é fruto do crescimento rápido e desordenado da região, associado à topografia elevada daquela área, de acordo com a Sabesp – além da existência das inúmeras ligações clandestinas. Mas a empresa garante que está tomando as medidas necessárias para sanar o problema. A Sabesp informa que o conjunto moto-bombas (o booster) da Vila São Pedro foi substituído recentemente, aumentando a vazão de água distribuída. Foram feitas ainda obras de interligação com outras redes. No último fim de semana, a tubulação foi lavada e desinfetada, e a integração da rede ao sistema deve acontecer nesta quinta-feira (serviço já estaria agendado). Isso resolveria o problema da falta de abastecimento das casas regularizadas da avenida Dom Pedro de Alcântara – caso da moradora Ilma Adriana.

Solução – Com relação à rua Vasco da Gama, bem no alto do bairro, o grande problema são as ligações clandestinas. Algumas delas seriam feitas por moradores da favela do Jardim Irene, em Santo André.

A Sabesp informa que se reuniu com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) para buscarem juntos uma solução para o problema.




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