Política Titulo Diadema
Maninho abre mão, mas Filippi mantém mistério

Em ato, parlamentar confirma desistência de
candidatura caso ex-prefeito encampe projeto

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
12/03/2016 | 07:00
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Montagem/DGABC


O ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior (PT) manteve ontem mistério sobre liderar candidatura do partido na disputa pelo Paço, hoje nas mãos de Lauro Michels (PV), na eleição de outubro. Em ato organizado pelo petismo local, com aproximadamente 400 filiados, o ex-chefe do Executivo viu o pré-postulante da legenda, vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, desistir da empreitada caso o aliado encampe projeto. Ainda assim, Filippi adotou tom de cautela. Ele é um dos alvos da Operação Lava Jato.

Entre os presentes na atividade petista estavam a bancada de vereadores de Diadema, os deputados estaduais Luiz Fernando Teixeira, Teonílio Barba e Luiz Turco, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, o ex-prefeito e presidente do PT municipal, Mário Reali, e lideranças da região. Durante a reunião, Filippi – governou a cidade em três oportunidades, 1993 a 1996, 2001 a 2004 e 2005 a 2008 – foi aclamado em todos os momentos e também pela militância.

Por outro lado, o discurso do ex-prefeito repetiu tom da semana passada, reforçando o empenho por atividades de rua para defender seu legado e do partido, evitando assumir protagonismo no processo. Em um dos momentos de sua fala, ele entoou que deseja ver o PT de volta ao comando do Executivo do município, novamente sem se colocar na linha de frente.

Luiz Fernando avaliou que há resistência do ex-prefeito. “Todos fizeram fala que destacou seu nome, pois sabem do seu potencial. Vejo que ele queria se aposentar, preservando o seu trabalho. Agora, cabe a torcida para conseguirmos reverter (o quadro). Por enquanto, ele esconde o jogo”, discorreu.

Na semana passada, Filippi foi levado a depor em mandado coercitivo – quando é obrigado – pela PF (Polícia Federal), na abertura da 24ª fase da Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras para abastecer campanhas eleitorais. Ele depôs por aproxidamente quatro horas na sede da PF, na Lapa. Nos processos eleitorais de 2006 e 2010, o ex-prefeito foi o tesoureiro do PT nas campanhas de Lula e de Dilma Rousseff (PT), respectivamente. Ele nega irregularidades na condução da função.

Filippi tem sido pressionado pelas cúpulas nacional e estadual do partido para encabeçar empreitada em Diadema, sendo citado até mesmo por Lula. O município foi o primeiro a ser administrado pela legenda. A vitória ocorreu em 1982, com Gilson Menezes (hoje no PDT) e emplacou outras cinco gestões ao longo de 30 anos.

No pleito anterior, o PT saiu derrotado por Lauro, quando tentava alcançar reeleição de Reali, após virada no segundo turno. No ano passado, a cúpula municipal da legenda iniciou as primeiras discussões e, de imediato, viu Lula colocar Diadema no rol de prioridades do petismo, citando Filippi como líder da empreitada.

Na ocasião, o ex-prefeito chefiava a Secretaria de Saúde no governo do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Em maio, Haddad o demitiu sob o argumento de candidatura em Diadema, e colocou o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha no lugar. Mesmo assim, Filippi não confirma projeto. 




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