Fábrica, que está em recuperação judicial, demitiu metade dos funcionários desde o ano passado
A empresa Moinho Santo André, localizada na Avenida dos Estados, teve de reduzir sua produção em aproximadamente 70% desde outubro. Por conta da queda no nível de atividade, a fábrica demitiu 50% dos trabalhadores, restando cerca de 120 funcionários.
A crise na companhia, que está em recuperação judicial, se intensificou no último trimestre do ano passado, quando perdeu um de seus principais clientes, o Moinho Belarina, que expandiu a capacidade de sua fábrica em Curitiba, no Paraná, e, por esse motivo, passou a dar conta de toda a sua produção.
Desde então, o volume de farinha de trigo gerado no Moinho Santo André passou de 13,3 mil para 4.000 toneladas por mês, segundo Manuel Ferreira, gerente industrial da empresa. A capacidade da fábrica é de 15 mil toneladas por mês.
“Após a saída desse cliente, buscamos recursos próprios para suprir essa ausência, mas nos deparamos com a crise do mercado. Não conseguimos preencher esse espaço”, lamenta Ferreira. Em 2014, a empresa possuía plano agressivo de crescimento. A intenção era investir R$ 7 milhões para modernizar o parque fabril, o que acabou não se consolidando em razão da retração pela qual o País passa e que se intensificou em 2015. “Foi um ano para ser esquecido”, resume o gerente.
Além da redução no poder de compra por parte da população, Ferreira salienta que o aumento do dólar – principalmente até fevereiro, quando estava na casa de R$ 4 – prejudica o setor, já que parte do trigo e mais 70% dos insumos são importados.
Outra empresa do ramo na região que também passa por dificuldades é o Moinho São Jorge, também localizado na Avenida dos Estados. A fábrica tem hoje cerca de 60 funcionários e atua com a produção em ritmo lento, funcionando apenas de dois a três dias por semana. “A situação deles é totalmente irregular, com dívidas em todas as instâncias”, destaca Rubens Gomes, diretor do Sindicato dos Empregados na Indústria da Alimentação de São Paulo e Região. A companhia foi procurada pelo Diário para se posicionar, mas não retornou os contatos.
DEMANDA
A diminuição do consumo nas padarias é um dos fatores que provoca a crise nos moinhos. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Grande ABC, Antonio Carlos Henriques, o Toninho, as vendas nesses estabelecimentos caíram 15% em 2015.
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