Para evitar demissões, montadora cogita não reajustar salários em 2016
Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano se reuniram ontem com representantes da General Motors para discutir medidas para evitar a demissão de 1.000 funcionários da fábrica do Grande ABC.
Na terça-feira, os trabalhadores solicitaram a prorrogação do lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) de 1.700 operários, que acaba em abril, por mais sete meses. Ontem, entretanto, a montadora apresentou condições para que a proposta seja aceita.
Em um vídeo veiculado para os trabalhadores da fábrica, o presidente do sindicato, Aparecido Inácio da silva, o Cidão, explica que a montadora quer negociar os reajustes em 2016 e 2017.
Segundo Cidão, a GM propõe não dar aumento salarial neste ano e, em 2017, pagar abono junto à PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Em 2018, a correção dos pagamentos voltaria a ser feita conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Outra condição apresentada pela montadora, de acordo com o sindicalista, é para que sejam discutidas mudanças no pagamento da PLR para os próximos anos.
Cidão acrescenta ainda que a direção da empresa sinalizou a intenção de reduzir o adicional noturno de 30%, para 20%, que é o mínimo assegurado por lei.
O sindicalista informa também que a GM planeja excluir a cláusula da convenção coletiva de trabalho que garante emprego aos funcionários acidentados ou que adquiriram doença ligada à atividade profissional. “Essa é uma condição que vamos bater o pé para não acontecer”, garante Cidão.
Outra reunião deverá ser feita no dia 16 para que as partes cheguem a um acordo. A montadora foi procurada pelo Diário, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.
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