Economia Titulo
Pontencial de consumo cai 20,5% em três anos na regiao
Do Diário do Grande ABC
17/07/1999 | 17:51
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Nos últimos três anos - período em que se intensificaram a guerra fiscal e as políticas regionais de atraçao de investimentos - o Nordeste ganhou US$ 12 bilhoes para o consumo em alimentos, eletrodomésticos, automóveis, alimentaçao fora de casa e outros itens. Em contrapartida, o Sudeste perdeu, principalmente no Grande ABC.

Enquanto em Camaçari, na Bahia, o potencial de consumo cresceu 28% entre 1997 e 1999, e em Crato, no Ceará, evoluiu 19% no mesmo período, Sao Bernardo, caiu 20,5%. Cada ponto porcentual no consumo nacional significa US$ 4 bilhoes. Os dados constam do estudo Brasil em Foco 99, feita pela empresa de pesquisa Target, com números oficiais e complementada com pesquisas de campo. As informaçoes sao usadas por grandes companhias para desenhar estratégias de vendas, marketing e instalaçao de fábricas. "Os brasileiros deverao gastar US$ 400 bilhoes em despesas de consumo em 99", diz o diretor da Target, Marcos Pazzini.

No estudo de Pazzini, o Indice Potencial de Consumo (IPC) é apresentado em forma de participaçao dos gastos da populaçao de um município em relaçao aos gastos totais da populaçao brasileira. O indicador revela quanto, de cada US$ 100 gastos no Brasil, ficou em cada regiao. Assim, por exemplo, em Itapetinga (BA), cidade que tem recebido investimentos de fabricantes de calçados que se deslocaram de Campo Bom, Novo Hamburgo e Sapiranga - todas no Rio Grande do Sul - , o IPC teve variaçao de 15,79% nos últimos dois anos - passando de 0,019% do total (97) para 0,022% (99).

A Azaléia é uma das empresas que estao com investimentos no município baiano. Já outra gaúcha, a Grendene, preferiu investir no Ceará, em Crato e Sobral, onde o crescimento do IPC de 97 para 99 foi de 17,7%.

O que poderia prejudicar as cidades gaúchas, esvaziadas com a migraçao das empresas, nao ocorreu. Depois de uma queda do IPC em 96, os três municípios recuperaram-se a partir do ano seguinte. Em Sapiranga, o crescimento chegou a 24,3%. As exportaçoes obtidas em dólares, com a desvalorizaçao do real, estao ajudando a melhorar a participaçao das cidades no consumo.

O mesmo sucesso nao foi obtido pelas cidades paulistas de Franca, Sao Bernardo do Campo, Sao Caetano do Sul e Santo André. A saída de empresas de autopeças do ABC paulista arruinou a economia local. Sao Caetano do Sul, com 143 mil habitantes, o quarto município em consumo per capita do País, com gasto médio anual de US$ 5.041, teve uma das piores quedas deste ano no IPC: 20,5%. Vivem o mesmo drama Santo André e Sao Bernardo do Campo.

Os dados mostram ainda que Sao José dos Pinhais (PR) tem sido quase imbatível depois de receber os investimentos da Renault e Volkswagen/Audi. O consumo per capita está em US$ 3.065 e o IPC cresceu 44% desde 1997.




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