A fábrica da Volkswagen em Taubaté, no Vale do Paraíba, parou nesta sexta-feira, apesar de a paralisação dos funcionários daquela unidade estar marcada para a próxima terça-feira. O motivo é que greve dos trabalhadores da unidade de São Bernardo, iniciada na quinta-feira, interrompeu o envio de peças, como os módulos de câmbio, interrompendo a produção na Volks de Taubaté. O movimento ocorre em razão do impasse nas negociações da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados).

A fábrica do Vale do Paraíba parou de produzir às 21h de quinta-feira por falta de componentes. Nenhum carro saiu das linhas da unidade nesta sexta-feira. Por conta do problema, deixaram de ser produzidos 3.030 veículos desde quinta-feira, informaram os sindicatos dos metalúrgicos do ABC e de Taubaté (ambos ligados à CUT) - 1,9 mil foram em São Bernardo e 1.130 em Taubaté. O total diário construído é de 950 e de 930 automóveis por dia, respectivamente.

A Volkswagen confirmou que a greve atingiu a produção de Taubaté, exceto o setor de CKD (Kit de Veículos Desmontados), que não depende do recebimento de peças de São Bernardo. Segundo a empresa, os funcionários dessa unidade aproveitaram para fazer a manutenção da fábrica.

A greve dos funcionários da montadora em São Bernardo atingiu em cheio a produção das fábricas consideradas estratégicas pela montadora, porque montam a maioria dos modelos da marca para o mercado interno e exportação. No Grande ABC, a paralisação irá continuar enquanto a empresa não melhorar a proposta de PLR.

A categoria pede uma participação de R$ 5,5 mil sem cumprimento de metas. A companhia oferece uma PLR de no máximo R$ 4,7 mil, valores válidos para as três fábricas da companhia no Estado. Além de São Bernardo e Taubaté, a Volkswagen tem uma unidade em São Carlos.

A paralisação da produção em Taubaté ocorreu antes do início da greve por tempo indeterminado na unidade, prevista para começar na próxima terça-feira. "Veio em boa hora porque fortalece o início do movimento e a greve já instalada em São Bernardo", comemorou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, Isac do Carmo. O movimento foi aprovado em assembléia na quinta-feira. No Vale do Paraíba trabalham 5,6 mil funcionários, que fabricam o Gol e a Parati. Em São Carlos, os trabalhadores param a partir de segunda-feira.

Em São Bernardo, a greve dos metalúrgicos da Volkswagen entrou nesta sexta-feira no segundo dia. Poucos funcionários compareceram em frente aos portões da fábrica. "Mas voltaram para casa depois de orientados pelos sindicalistas", explicou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Francisco Duarte de Lima, o Alemão.

Uma assembléia está marcada para as 15h de segunda-feira.