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Rivalidade e vaga engrandecem clássico
Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
28/03/2010 | 07:00
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Até hoje Corinthians e São Paulo deixaram o Campeonato Paulista em segundo plano. Claramente priorizando a Copa Libertadores, as equipes implantaram espécie de rodízio para poupar jogadores. Agora, a apenas três rodadas do fim da fase classificatória, querem recuperar o tempo perdido e a possível ausência nas semifinais se tornou pesadelo. Por isso e pela rivalidade, o clássico das 16h, no Estádio do Pacaembu, virou decisão antecipada.

A situação do Timão é mais delicada. Com 26 pontos, a derrota pode significar a eliminação precoce e tumultuar ainda mais o ambiente no clube que pretende ganhar todas as competições no ano do centenário. A Fiel compareceu em peso no treino de ontem, e cobrou empenho dos jogadores. A preocupação com o jogo é tanta que o técnico Mano Menezes antecipou a concentração e evitou falar com a imprensa. "Tenho metodologia de trabalho para conduzir as questões internas. Algumas coisas não se abrem, senão gera especulação", explicou.

Mano não poderá contar com o lateral-direito Alessandro e com o zagueiro Chicão, machucados. De última hora, o goleiro Felipe reclamou de dor na coxa direita e deve ser vetado com Rafael Santos entrando em seu lugar. No entanto, William, Danilo e Dentinho voltaram a ser relacionados.

No São Paulo a situação é parecida. Apesar de sustentar posição mais cômoda, no G-4, a derrota para o Bragantino na última rodada deixou ameaçada a classificação. Tanto que Ricardo Gomes também fez treino fechado e estipulou o fim do rodízio. "De agora em diante vai jogar todo mundo. Só irei poupar os jogadores que alegarem algum tipo de lesão", garantiu o treinador sem antecipar a escalação, mas acenando positivamente para os retornos de Washington, Alex Silva e Cléber Santana. Mas Richarlyson (lesionado) e Jorge Wagner (suspenso) são desfalques.

Uma das dúvidas do Tricolor é o lateral-direito Cicinho que pode retornar a equipe titular. O jogador ainda não tem condições de disputar dois jogos seguidos, mas pela importância do duelo deve ser escalado. Com isso, Jean iria para o meio-campo o que aumentaria o poder de marcação. (com Agências)

Arbitragem aterroriza Roberto Carlos

Roberto Carlos tem desafio particular hoje, contra o São Paulo: controlar os nervos e não ser expulso. Nos últimos dois clássicos - contra Palmeiras e Santos -, o lateral recebu cartão vermelho. E hoje, o árbitro será Wilson Luiz Seneme, o mesmo que expulsou diante do Verdão.

Na oportunidade, Roberto Carlos ficou em campo apenas oito minutos, até dar carrinho em Joãozinho. Mesmo com um a menos, o Timão venceu por 1 a 0. Já contra o Santos, na derrota por 2 a 1, recebeu o segundo cartão amarelo por simular pênalti.

O lateral credencia os cartões ao estilo adotado pela arbitragem brasileira. "Sempre chego antes do adversário, mas o critério no Paulista tem me deixado com medo em alguns lances. Tento me controlar para evitar expulsões", confessou o jogador, que sugere um novo estilo: "Os árbitros têm de deixar o jogo correr, deixar ter mais contato físico." (com Agências)

Recentes rixas entre dirigentes tempera duelo de hoje

Eternos rivais, Corinthians e São Paulo colocam em campo hoje história que já teve 201 capítulos, alguns dramáticos e outros recheados de provocações. Se não bastasse a luta por uma vaga nas semifinais do Campeonato Paulista, o clássico foi temperado com recentes rixas entre os dirigentes dos dois clubes. O presidente corintiano Andrés Sanchez chegou a acusar os são-paulinos de roubarem jovens revelações de outras equipes.

Além disso, o Corinthians não usa mais o Morumbi e em uma festa ano passado, no Parque São Jorge, chegou a projetar a imagem de um bambi, apelido dado por torcedores de outros times ao São Paulo, no telão. Para Ricardo Gomes, isso não passa para o campo. "Os jogadores separam bem isso. Já tem rivalidade histórica e isso aí dá o recheio. Mas o que interessa é dentro das quatro linhas", opinou.

Todos esses temperos devem levar bom público ao Pacaembu. Até sexta haviam sido vendidos 18.500 ingressos. A diretoria do Timão, mandante da partida, não informou a quantidade total de bilhetes à venda. (com Agências)

Washington volta para suprir falta de gols

O atacante Washington é constantemente criticado pela torcida do São Paulo, mas existe consenso no clube de que o camisa nove fez falta na derrota para o Bragantino, por 1 a 0, na última rodada. A bola, por várias vezes, passou sobre a área e o São Paulo não conseguiu marcar. Diante do Timão, o jogador está de volta, mas rejeita o rótulo de salvador.

"Faltou um jogador de área para definir as jogadas. Tínhamos em campo apenas atletas rápidos, de habilidade. Precisamos de referência na área. O atacante vai estar ali para pegar o passe e fazer o gol. Realmente o time sentiu falta de um atacante assim. Espero que não sinta mais. Quero retornar e preencher aquele espaço", analisou o atacante.

Contra o Bragantino Washington não jogou por opção de Ricardo Gomes, que preferiu poupá-lo e escalou Marlos. O problema é que no elenco tricolor, a maioria dos atacantes tem perfil de jogador que cai pelas pontas, de velocidade como o próprio Marlos, além de Marcelinho Paraíba, Fernandinho e Dagoberto. Homem de área mesmo, além de Washington, sobram apenas Henrique e Roger.

E vida de centroavante não é nada fácil. "Precisa ter muita tranquilidade na hora de empurrar a bola para dentro do gol, além de ter maturidade para não se abalar com os erros que fatalmente são cometidos. Precisa também saber usar as críticas a seu favor", ensinou o atacante.

Washington usou o exemplo recente do atacante Ronaldo que foi muito criticado pelos gols perdidos contra o Paulista, na quarta-feira. Ele teme que o corintiano entre no clássico com mais vontade. "Pelas cobranças, o Ronaldo pode se motivar. Ele motivado pode ser perigoso. E eu me incluo nessa. Somos jogadores de decisão. Em qualquer vacilo podemos decidir a partida", finalizou. (com Agências)




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