Política Titulo Mauá
Tucanato estadual cobra PSDB sobre caso de Edimar
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
07/02/2012 | 07:29
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A constatação de que o vereador oposicionista Edimar da Reciclagem (PSDB) possui cerca de 20 aliados ocupando cargos em comissão na Prefeitura de Mauá, governada por Oswaldo Dias (PT), pode render retaliações da cúpula tucana. O diretório municipal, presidido por Márcio Canuto, tem sido pressionado pelo comando estadual do partido a tomar providências contra o parlamentar. O caso foi noticiado pelo Diário dia 1º.

"Assessores do Pedro Tobias (presidente estadual do PSDB) me ligaram para saber se tinha conhecimento. Para mim é novidade. O PSDB não pode ser parceiro do governo do PT", avalia Canuto. Entre as possíveis punições a Edimar, que serão discutidas amanhã em São Paulo, estão a inviabilização de sua pré-candidatura a prefeito e até mesmo a expulsão do partido, que o impediria de disputar qualquer cargo nas eleições de 7 de outubro.

Entre os indicados pelo parlamentar que trabalham no Paço está sua ex-mulher Lidiana da Silva Oliveira, com quem tem uma filha, lotada no setor de Compras. Interlocutores tucanos afirmaram que Edimar, temendo represálias, comunicou os aliados de que não mais seria possível sustentá-los na administração petista, preparando o terreno para suas exonerações. Porém, ontem eles ainda permaneciam em suas funções comissionadas.

Nos últimos anos, Edimar se notabilizou na Câmara em virtude de discurso ferrenho contra o governo Oswaldo Dias. Em episódio marcante, tentou emplacar a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) em novembro para investigar fraudes na Dívida Ativa, mas foi demovido da idéia após reunião com os demais parlamentares.

O vereador já está desgastado com o comando estadual do partido por não ter acompanhado o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em sua visita a Mauá no fim de dezembro para a inauguração do AME (Ambulatório Médico de Especialidades). Por isso, sua pré-candidatura ao Executivo já balançava. Ele não retornou aos contatos do Diário.

REPERCUSSÃO NEGATIVA

Não foi só no comando do PSDB que a manutenção de aliados de Edimar na Prefeitura repercutiu negativamente. Pré-candidata a prefeita de Mauá, a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), cujo partido costura aliança com o tucanato para a eleição, analisa que o fato "compromete o projeto de oposição genuíno". "Uma oposição legítima não pode ter cargos, conchavos, convênios ou contratos com o governo do PT."

Ela descarta, porém, que o caso possa prejudicar as tratativas entre PMDB e PSDB. "Talvez seja algo específico do Edimar. Não pode comprometer a ideologia como um todo."

 

 




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