O Hospital Doutor Radamés Nardini, em Mauá, deverá iniciar 2011 ampliando em 20% a capacidade de atendimento em ortopedia. Além disso, a unidade pleiteia, junto ao Ministério da Saúde, cerca de R$ 10 milhões para investimentos. A expansão da assistência será possível com a chegada de um arco cirúrgico, que irá aumentar de 60% para o 80% o poder de resolução dos casos que necessitam de cirurgia.
Em números absolutos, isso significa que, por mês, em média, o hospital terá de buscar transferência para apenas dez pacientes que precisam de cirurgia ortopédica - maioria casos de alta complexidade.
Com o equipamento, o Nardini poderá fazer até cerca de 40 intervenções cirúrgicas ortopédicas por mês. Atualmente, a unidade de Mauá não é capaz de realizar mais do que 30 desses procedimentos.
Segundo a superintendente do Hospital Nardini, doutora Vânia Barbosa do Nascimento, a licitação para compra do arco cirúrgico foi finalizada quarta-feira.
A verba, R$ 160 mil, foi disponibilizada a partir de emenda parlamentar. A expectativa da direção do hospital é de que o aparelho seja entregue já em janeiro.
"O arco cirúrgico permite a realização de procedimentos com uma recuperação melhor, pois o equipamento aponta com precisão o local da fratura e possibilita que, com uma pequena incisão, o osso seja readequado", afirmou.
O PROBLEMA
Na edição de anteontem, o Diário revelou que alguns pacientes com fraturas em braços e pernas estavam aguardando por até 15 dias no Nardini para realizarem cirurgias ortopédicas ou serem transferidos para outras unidades.
A superintendente justificou que o problema não acontece só porque o Nardini ainda não dispõe do arco cirúrgico, mas porque a rede que possibilita a transferência de pacientes entre os hospitais nem sempre atende com rapidez.
"É preciso organizar a rede de referência na Região Metropolitana, pois a demanda é muito grande. No Grande ABC, temos os hospitais estaduais Mário Covas, em Santo André, e Serraria, em Diadema. Mas, em dezembro, por exemplo, não conseguimos nenhuma transferência para o Serraria", afirmou.
Unidade de Saúde terá mais reformas e ampliações
Afundando em crises que se arrastaram por 2008 e 2009, o Hospital Nardini entrou em 2010 com novo gestor, a Fundação do ABC, que é também mantenedora da Faculdade de Medicina do ABC e está à frente da unidade de Mauá desde março.
Segundo a superintendente da unidade, a doutora Vânia Barbosa do Nascimento, neste intervalo, foram reformados "o telhado e uma ala inteira, que entrará em funcionamento em janeiro, além do pronto-socorro."
Em 2011, mais intervenções estruturais virão. "Vamos começar a reforma de toda a rede hidráulica e elétrica e das enfermarias." Vânia contou que é preciso também modernizar as instalações, pois parte do mobiliário tem mais de 30 anos.
Para custear os projetos, a superintendente aposta na obtenção de verbas junto aos governos federal e estadual. Outro plano do Nardini é instalar uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) infantil, que não está à disposição no município. A área de psiquiatria também está na mira e deverá ter o número de leitos ampliado - de seis para 16.
A meta é permitir que o Nardini resolva de 80% a 90% dos casos que necessitam de internação. Em média, o pronto-socorro realiza 1.100 atendimentos por dia. Neste ano, o número de internações foi de 12,5 mil.
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